quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

POLÍTICA EM VERSO (1) - ZEZÃO - 03-07-1923

Há dias, uns jornalistas,
Uns monstros d’informação,
Diziam admirados,
Num local expremido,
Três mortos serem achados,
Depois duma exploração,
Sem darem… sinais de vida…

E, vai d’aí, uns maduros,
Querendo dar-se ares de finos,
Saltam logo p’ras gazetas
Com arrelias picantes,
Chamando-os homens de pêtas,
Bêstas, cavalos, suínos
E… nomes injuriantes!

Que ignorância tão crassa
Vieram denunciar!
Mostram bem ‘star atrasados
Nos progressos da ciência!
Pois não sabem, os coitados,
Que os mortos podem falar,
Que está feita a experiência?

Não sabem que nas Américas,
Aqui há uns anos p’ra trás,
Uns sábios d’envergadura
Conseguiram obrigar
Um falecido rapaz
A ir para a sepultura
Por seu pé e a conversar?

Olhem que inda, o outro dia,
Um magarefe do Porto,
Por sinal um desalmado,
Deu cabo dum cordeirinho
E, passando um bom bocado,
Reparando, viu o morto
A bulir c’o seu rabinho!
Zezão

Sou um lírico...

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

VOTOS DE ANO NOVO


Votos de um Ano Novo pleno de realizações. Que seja o ano da concretização de todos os sonhos.
Que 2009 traga a todos os amigos PAZ, AMOR, SAÚDE.

PADRE BOAVENTURA JOSÉ RODRIGUES

Nasceu em Parada de Tibães em 14 de Julho de 1881, na casa da Família Mário Sequeira e faleceu em 28 de Dezembro de 1956. Filho de António José Rodrigues e Rosa Maria Duarte.
Em 19 de Maio de 1905, recebeu a inquirição de génere.
Foi Capelão do Pópulo e da Capela do Guadalupe.
Dava aulas particulares, na Casa do Rasteira, no lugar de Agrafonte, em Tibães, aos moradores que o solicitassem.
Vivendo na cidade, deslocava-se três vezes por semana a Tibães, às segundas, quartas e sextas, para a Casa do Rasteira, onde descansava. Numa destas viagens, que eram sempre feitas a pé, foi colhido mortalmente por uma lambreta.




PADRE JOSÉ PEIXOTO DE OLIVEIRA (ZEZÃO)

Era irmão do meu bisavô. Nasceu em 11 de Novembro de 1878, na Rua de Baixo, em Frossos. Foi baptizado pelo Padre Francisco José Pereira, em 13 de Novembro de 1878 e faleceu em 6 de Abril de 1957.
Filho legítimo de João José Peixoto de Oliveira, Padeiro e de Maria Duarte. Neto paterno de Domingos José de Oliveira e de Mariana Peixoto e materno de Domingos Alves e de Francisca Duarte.
Pediu a Inquirição de Génere, no 2.º ano de Teologia, em 17 de Novembro de 1898. Ordenou-se sacerdote em 1896, tendo celebrado as Bodas de Ouro, em 28 de Julho de 1946.
Foi pároco de Martim, Encourados e S. Romão de Milhazes ( a partir de 1905) do Concelho de Barcelos.
Era considerado um bom professor de Português, no Colégio de S. Quitéria, em Felgueiras, onde leccionou. Numa carta de recomendação, o Director de Colégio escrevia: «Se quiserem um bom professor de Português, contratem-no, por que melhor não encontram».
Era igualmente um grande poeta, orador e político. Escreveu no Jornal «Dumiense» muitos versos contra a política de então. Assinava por Zezão e tinha uma coluna intitulada «Bichas e Foguetes». Este Jornal, no suplemento ao número 35, ano II, de 17 de Maio de 1905, traça um perfil, incluindo uma foto, do Padre José Peixoto de Oliveira.
Era, igualmente, um monárquico. Teve de refugiar-se contra alguns juízes influentes de Barcelos que lhe fizeram a vida dura.




PADRES DE TIBÃES

Costuma-se dizer que as sementes germinam em boa terra. Talvez por influência dos beneditinos em Tibães, o que é certo é que esta freguesia gerou muitos sacerdotes e freiras à sombra do Mosteiro de Tibães.
A minha família conta com três consagrados: Padre José Peixoto de Oliveira, a Irmã Maria dos Anjos que faleceu em Fall River nos Estados Unidos e Frei António José da Costa ou Frei João de S. Miguel, da Ordem Franciscana, falecido em 11 de Dezembro de 1888 em Frossos.
Da minha aldeia também são vários os que subiram ao altar: Padre Boaventura José Rodrigues, Padre Severino Pereira Fernandes (nasceu em Tibães em 10-03-1933, missa nova em 19-07-1959, Coadjutor da paróquia de Prado desde Outubro de 1960 até 1968 e pároco desde essa data até aos nossos dias), Padre João Cardoso de Oliveira (Pároco da Areosa, Viana do Castelo), Padre António Esteves, Padre Zeferino Esteves, Padre Delfim Coelho.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

IMAGENS - PRESÉPIO DE TIBÃES - 2008

PRESÉPIO DE TIBÃES - 2008

O presépio é uma referência do mundo cristão que simboliza o nascimento de Jesus na gruta de Belém, na companhia de José e Maria.
O Presépio de Tibães mantém-se e continua a mostrar aos visitantes a criatividade e a sua história. Um grupo de jovens, anualmente, congrega-se para manter bem vivas as tradições da freguesia.
A Tibães acorrem nestes dias milhares de forasteiros. Tibães é, assim, um lugar de encontros, de partilha onde nos apetece sempre voltar. Porque há cheiros e aromas a invadir-nos os sentidos, um mar onde desaguam os nossos pensamentos, uma foz que nos embala as memórias.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

GLOBALIZAÇÃO DA SOLIDARIEDADE (Natal de 2008)

A lógica do mercado, de estatura alta e imponente, de palavra fácil, com ar de desafio e voz tronitoante, instalou-se no pódio e no poder.
A resistência digna e sofrida dos indigentes faz-nos repensar a história, faz-nos reconhecer o protagonismo e o direito dos excluídos.
Os movimentos populares, que crescem de baixo para cima, tecem a malha donde emerge o exercício da cidadania, assumindo a causa dos pobres.
É um exercício de solidariedade, juntar a nossa voz, onde cresce a indiferença e a rejeição, onde se jogam os valores tradicionais e a idolatria do dinheiro.
É preciso juntar forças, favorecendo a globalização, como uma cultura da inclusão.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

AOS LEITORES DO BLOG

NASCER NOVAMENTE NESTE NATAL
Nascer na alegria, na abertura aos outros, no perfume sedutor, no gesto acolhedor, no perdão e na capacidade de amar. Boas Festas e Feliz Ano Novo.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Frei Cipriano da Cruz

Monge beneditino, nasceu em Braga na segunda metade do século XVI e faleceu em Tibães, em 17 de Fevereiro de 1716. É considerado o expoente máximo da arte da «talha», enriquecida com o trabalho do ouro, criando um estilo que ficou conhecido como o “barroco nacional”.
Como produções de Cipriano da Cruz, em Tibães, destacam-se: o primeiro retábulo da Capela-Mor, as esculturas da Visitação, de São Bernardo e São Gregório; no retábulo da primeira capela do lado do Evangelho, dedicada a Santa Gertrudes e São Miguel e o cadeiral do Coro. No triénio 1680/1683, decorou a sacristia, onde se destaca um retábulo contendo um grupo em talha sobre a Visitação e doze figuras em barro policromado representando as Virtudes, a Alegoria da Igreja e os quatro Santos Beneditinos. A segunda etapa da talha de Tibães, corresponde à introdução do primeiro estilo barroco ou estilo nacional (1692/1695), com a capela de Santa Estugarda, e ainda o retábulo da Assunção de Nossa Senhora, na Capela de Santa Ida e a talha da Capela de Santa Ana, onde figura o grupo da Sagrada Família.
Frei Cipriano da Cruz é, com certeza, o mais destacado “imaginário” bracarense dos finais do século XVII e princípios do XVIII.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

FREI JOSÉ DE SANTO ANTÓNIO VILAÇA



Frei José de Santo António Vilaça, escultor e entalhador beneditino, nasceu em Braga a 18 de Dezembro de 1732, no Terreiro de São Lázaro, tendo dedicado grande parte da sua vida ao embelezamento das igrejas beneditinas das dioceses de Braga e Porto. Viria a falecer em 30 de Agosto de 1809, encontrando-se enterrado no claustro principal do Mosteiro de Tibães.
Tudo indica que o monge era o principal discípulo de André Soares, sob orientação de quem trabalhou na capela-mor de Tibães.
Em Tibães – verdadeiro museu do barroco em Braga ou santuário do rocócó bracarense - desenhou os enquadramentos dourados dos seis janelões, que depois entalhou com tanta virtuosidade; as voluptas torcidas e folhagens emulando plumas, que pairam por cima da dupla fila de bancos da capela-mor; as duas cadeiras-de-braços, pintadas de encarnado e ouro, para a visita do abade geral de Tibães; as esculturas de São Bento, Santa Escolástica, São Martinho, a Tribuna do Mosteiro, as sanefas da igreja, o pé do órgão, o oratório do coro e a cabeça de Cristo, no crucifixo.
Escreveu um diário, chamado «Livro de Rezam», onde anotava, triénio por triénio, a necrologia beneditina. Este manuscrito inclui, igualmente, elementos biográficos juntamente com uma longa lista de trabalhos nos mosteiros de Tibães, Refojos de Basto, Pombeiro, Pendurada, Miranda, Paço de Sousa, Santo Tirso e Cucujães.

PADROEIRO DE BRAGA

No dia 5 de Dezembro comemorou-se o Dia do Padroeiro da Cidade de Braga, S.Geraldo.
Este santo é conhecido, genericamente, por duas facetas: como primeiro arcebispo de Braga e pela lenda (milagre) dos frutos.
Refere a lenda que: « encontrando-se S. Geraldo muito doente, às portas da morte, em Bornes, refugiado da neve que abundantemente caía pediu, nos ardores da febre, que lhe trouxessem algumas peças de fruta. Um familiar seu respondeu-lhe que, com aquele tempo, as árvores estavam despidas de frutos. Ao que ele retorquiu: Ide e procurai. Foi, então, que repararam que, no exterior, as árvores estavam carregadas de fruta».
Na Sé Catedral podemos visitar a Capela de S. Geraldo, onde encontramos um conjunto de azulejos que retratam o milagre das frutas, atribuídos ao pintor António de Oliveira Bernardes (1662-1731).

VISITA À ESCOLA FIXA DE TRÂNSITO

No âmbito da Formação Cívica, no dia 4 de Dezembro, a turma 6 do quinto ano de escolaridade, visitou a Escola Fixa de Trânsito.
Tendo em conta a Cidadania e Segurança rodoviária, esta visita impõe-se pelo cenário preocupante que por si só configura, sendo considerada pela OMS como um grave problema de saúde pública, com pesadas consequências sociais e económicas, afectando com forte incidência as camadas mais jovens da população.
A formação integral da juventude, passa pelos diversos tipos de educação, sendo mais proveitosa começar pelas idades mais tenras.




quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

DEIXEM-ME VOAR, ESTOU EM GREVE

Deixem-me voar, a matéria merece revisão. O mundo mudou e estou à mercê de sucessivos ajustes pedagógicos.
Deixem-me voar, tudo é exacerbadamente intenso. É preciso estar sempre a aprender e conhecer a palavra «paciência».
Deixem-me voar, para não cair no «fosso entre gerações». Sei lidar com o que sinto, mas não convivo com os malefícios da realidade.
Deixem-me voar, pois os resultados não se definem à medida dos desejos. Necessito de inventar, correr riscos, decepcionar-me, ter tempo para encantamentos.
Deixem-me voar, já não dependo de orientações controversas. Deixem-me ser professor e ter a responsabilidade de educar.