terça-feira, 24 de novembro de 2009

AS FARPAS E A CANONIZAÇÃO DE FREI CAETANO BRANDÃO

Em 1871, apareceram nas bancas de Lisboa uns opúsculos ostentando o título As Farpas, com o subtítulo Crónica Mensal da Política, das Letras e dos Costumes, assinadas por Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão (editadas segundo coordenação de Filomena Mónica, ed. Principia, 2004).
A páginas 345 lê-se: «Abriram-se as cortes gerais no dia 2 de Janeiro. Sua Majestade tomou assento na cadeira do trono, permitiu que os representantes do país se mandassem sentar e cumpriu o sacrossanto preceito da carta constitucional da monarquia, felicitando-se por se achar ainda mais uma vez entre os dignos pares do reino e senhores deputados da nação portuguesa.
O país não tem dinheiro; os espíritos não têm instrução; as estradas derretem; a frequência das escolas diminui; o movimento da roda dos expostos aumenta; a agricultura paralisa-se; as nossas possessões revoltam-se; na Covilhã fazem-se missões; no Porto celebram-se reuniões católicas; em Braga prepara-se a canonização de Frei Caetano Brandão (v. António Vicente da Cruz); em Lisboa fazem-se leilões e compram-se bilhetes de lotaria; os únicos livros que se publicam são almanaques; os jornais insultam-se; o parlamento boceja; a civilização dorme».

RAZÃO DE UM NOME

D. Frei Caetano Brandão é reconhecidamente um “príncipe humanista”.
O nome «Caetano» foi escolhido em referência ao presbítero Caetano de Thiene, conhecido na Igreja Católica como o santo da divina providência. Contemporâneo de Martinho Lutero, São Caetano nasceu em 1480. Fundador da Ordem dos Teatinos Regulares e responsável por significativas mudanças doutrinárias na Igreja Católica.
Frei Caetano Brandão, pois o seu nome de Baptismo era diferente, adoptaria o nome «Caetano» em virtude das acções e obras do Santo Religioso que faleceu em 7 de Agosto de 1547.
Não sendo a única instituição em Portugal com o nome de São Caetano, coincidindo na missão de acolher e educar crianças e jovens em risco, certamente o nome escolhido por D. Frei Caetano Brandão para o Colégio de S. Caetano deva, também, à sua admiração pelo grande zelo que S. Caetano (1480-1547) demonstrava pela educação em geral e particularmente pelos mais frágeis da sociedade, como são as crianças e os jovens. Ter como patrono este santo, lembra-nos quotidianamente o valor singular do ministério da educação da juventude.
Ambos se dedicaram ao apostolado entre os pobres e enfermos. Ambos construíram asilos, hospitais e casas de assistência para os pobres.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

REVISTA BRACARA AUGUSTA

Bracara Augusta, artigo meu

O Jornal Correio do Minho, de hoje, anuncia a publicação do n.º 108 da Revista Bracara Augusta, toda ela dedicada a Frei Caetano Brandão, onde se publica um artigo da nossa autoria, com 55 páginas,  intitulado «Intervenção sócio-educativa de D. Frei Caetano Brandão no Pará e em Braga, no contexto do século das luzes».

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

D. FREI CAETANO BRANDÃO E A MÚSICA

Belém do Pará, na segunda metade do século XVIII, já tinha uma vida musical intensa, incluindo a ópera. Desde os Coros Infantis (Colares, Soure e Pará), desde a música no seio familiar (Vigia e Para), desde os grupos vocais e instrumentais (como o de João de Morais de Cametá), desde a utilização do canto com letras latinas, portuguesas ou espanholas.
À semelhança do que ocorria nas cidades, nas fazendas do interior e nos engenhos formaram-se várias bandas de música com escravos, que tocavam charamelas, trompas, Caixas e outros instrumentos de então que, geralmente, animavam as festas religiosas.
Frei Caetano divulgou esta arte pelas vilas, bairros, lugares e freguesias da Amazónia, criando as estruturas necessárias para o estudo e a prática musicais. Levou para o Pará um conjunto de partituras dos melhores autores musicais, da época, recolhidas no Patriarcado de Lisboa.
Também deverá ter levado de Lisboa, partituras de algumas óperas, nomeadamente, Ézio em Roma e Zenobia, representadas no teatro do Pará.
Divulgou, igualmente, a prática musical entre os negros, chegando a cantar motetes, ofícios e outras modas com tanta doçura e graça que o prelado não conseguia conter as lágrimas. Gostou muito de ouvir duas pretinhas que faziam uma admirável consonância de primeira e segunda voz e os escravos cantarem o Bendito Sejais.
Em Braga, a sua paixão pela música está descrita no nosso livro O Colégio de S. Caetano, Instituição Bracarense, 1791-1998.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

E TU AQUI TÃO PERTO

Regemos a vida
Pelos ciclos da natureza,
Pelas estações do ano,
Pelo sistema solar.

E quando reger a vida pelos afectos?

Como me Perco
Ao ver-te passear
O charme com naturalidade!
Como me Perco
Ao ver-te encher a sala,
Com o teu humor muito fino,
Sem resvalar para o cinismo.
Com um sorriso sempre pronto a espreitar.

sábado, 14 de novembro de 2009

FREI CAETANO BRANDÃO E O MOSTEIRO DE VILA NOVA DE MUÍA

O Mosteiro Românico de Vila Nova de Muía, em Ponte da Barca, dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho ou monges Crúzios, é pertença de duas antigas confrarias, de S. Sebastião e da Senhora do Rosário.
Relativamente à Irmandade da Senhora do Rosário sublinhamos um Estatuto datado de 20 de Outubro de 1792, do Arcebispo de Braga D. Frei Caetano Brandão, passado pelo Arcediago de Olivença na Sé Primaz, Desembargador e Provisor da Corte e Arcebispado de Braga Doutor Pedro Paulo de Barros Pereira.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

GENOVESI E FREI CAETANO BRANDÃO

Os primeiros textos portugueses onde é notória uma influência das ideias económicas de Genovesi datam da década oitenta do século XVIII.
Uma das primeiras referências que encontramos é de Frei Caetano Brandão, a propósito da usura e juro do dinheiro. Estranha o futuro arcebispo de Braga que Genovesi, enquanto autor católico de invulgar categoria, defenda a legitimidade dos juros, recorrendo às leis da natureza para a justificar ( « Um António Genuense, espirito vasto, e sublime, o qual se esforça em desentranhar esta opinião das raízes da mesma natureza». BNL, Cód. 6321, fl. 127-134v - Parecer a respeito dos juros, dado pelo ExmºSnr. D. Frei Caetano Brandão, qdº era ainda religioso(...). Copiado tudo no nano de 1806, fl. 127V.). («A difusão das ideias económicas de António Genovesi em Portugal», texto publicado in Cultura. Revista de História e Teoria das Ideias, Lisboa, 1999, Vol. XI, pp.553-576, Francisco António Lourenço Vaz).

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A PARENÉTICA EM FREI CAETANO BRANDÃO

A arte de pregar, em Portugal, encontrou eco em muitos oradores sagrados que, em seu tempo, notabilizaram o púlpito cristão em manifestações da retórica sagrada com fins de catequese, convencimento e doutrina.
No século XIII, destacam-na S. António de Lisboa, S. Gonçalo de Amarante e D. João Afonso de Azambuja.
No século XVI, com o advento do Concílio de Trento, florescem pregadores como Frei João Soares, Diogo de Paiva de Andrade, Frei João de Leite, Frei Filipe de Luz, Frei Tomás da Veiga, Francisco Fernandes Galvão e Frei Bartolomeu dos Mártires, o padre Tomás da Costa, pregador de D. João III, Frei Amador Arrais, pregador de D. Sebastião e o padre José Luís Álvares, pregador libertário contra a dominação filipina.
Entre os séculos XVII e XVIII, o padre Manuel Bernardes, os padres António de Sá, Manuel Caetano de Sousa, Bartolomeu de Quental, Francisco de Mendonça e outros.
No século XVIII os nomes que pontificam são os de Rafael Bluteau, Francisco António Rodrigues de Azevedo e os frades Alexandre do Espírito Santo Palhares, Frei Caetano Brandão, Francisco de São Carlos e Joaquim de Santa Clara Brandão.
O século XIX marca a assunção da tribuna política do púlpito, por exigência de uma época sacudida por novos regimes constitucionais e parlamentaristas. Destacam-se como oradores Silveira Malhão, António Cândido, Aires Gouveia, Manuel Eduardo da Mota Veiga, Francisco José Patrício, D. Augusto Eduardo Nunes e Santo Farinha.
Na ausência de parlamento e imprensa, o púlpito transformou-se no espaço de ressonância para veicular denúncias e desmascarar injustiças.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A QUEDA DO MURO DE BERLIM

A capital alemã festejou, ontem, os 20 anos da queda do Muro de Berlim, que desde 1961 a 1989 dividiu a Europa. Para assinalar essa data , foi derrubado um outro muro, feito de dominós, que reconstituiu o traçado do original, na presença de milhares de pessoas e altas figuras internacionais.
Mas outros muros parecem permanecer, é preciso eliminá-los, é preciso levantar mais pontes entre pessoas, povos, países, raças, culturas e religiões.
Também senti interiormente uma grande emoção quando esse hediondo muro ruiu. Senti, por isso, necessidade de mais tarde, em 1998, visitar o local onde se levantaram os muros, as portas ( Porta de Brandeburgo) que separavam famílias e como foram derrubadas essas barreiras. Ainda, hoje, há muitos muros invisíveis.

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FREI CAETANO BRANDÃO E A VIAGEM FILOSÓFICA

A Viagem Philosophica de Alexandre Rodrigues Ferreira (1783-1792) visava descrever o meio físico e os habitantes, bem como delinear projectos para lançar as bases de uma colonização durável e próspera.
Alexandre R. Ferreira chegou a Belém do Pará em 1783, juntamente com o novo Capitão-General do Estado do Grão-Pará, Martinho de Sousa e Albuquerque (1783-1790) e com o novo bispo de Belém do Pará D. Frei Caetano Brandão (1783-1789).
Faziam parte do grudo de Alexandre Rodrigues Ferreira os desenhadores José Joaquim Freire e Joaquim José Codina e o jardineiro-botânico Agostinho Joaquim do Cabo.
As instruções que receberam determinavam: o reconhecimento da colonização portuguesa na Amazónia; um inventário da «produção natural» da região; a reunião de colecções de história natural para o Real Museu e o Jardim Botânico da Ajuda.
Ao fim de nove anos, A. R. Ferreira havia conseguido coleccionar centenas de espécimes animais e vegetais, produzir dezenas de memória de cunho geográfico, histórico, económico, etnológico, botânico e zoológico.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

CONHECER BRAGA

JARDIM DE SANTA BÁRBARA
RUÍNAS ROMANAS DA CIVIDADE

As termas do Alto da Cividade foram construídas nos inícios do século II sobre parte de um edifício anterior. Possuem forma rectangular e orientação NO-SE. A entrada fazia-se a sul por um pequeno pórtico colunado (1) que dava acesso a um átrio (2). A primeira sala corresponde a um apoditério (apodyterium) (6) com uma piscina de água fria (7). No Inverno, esta sala era aquecida. Deste compartimento, onde os utentes se despiam, saia-se para um corredor (8) que permitia aceder à palestra (palaestra) (24), amplo espaço aberto para exercícios físicos, ou ao frigidário (frigidarium) (9), onde se iniciava o circuito de banhos. Este deveria contemplar um itinerário frio-quente-frio, pelo que, partindo do frigidário (9), deveria aceder-se ao tepidário (tepidarium) (11 e 12), para, finalmente, se usar um compartimento muito quente, onde se transpirava, chamado caldário (caldarium) (13). Regressava-se ao frigidário (9) por percurso retrógrado, com possibilidade de sair novamente para a palestra (24).
O aquecimento das salas quentes era assegurado pela construção de câmaras ocas, sob os pavimentos das salas, chamadas hipocaustos, por onde circulava o ar quente produzido em fornalhas, chamadas praefurnia (pr1, Pr2 e Pr3). Esse ar circulava ainda pelo interior das paredes, através de tubulaturas, ou tijolos ocos, chamados tubuli laterici, garantindo-se, deste modo, um forte aquecimento de algumas salas, como acontecia com o caldário (13).
As termas do Alto da Cividade possuíam várias zonas de serviços, a maior das quais situada na parte norte do edifício (14, 19,20 e 21) e destinava-se à armazenagem das grandes quantidades de lenha que eram queimadas para garantir tanto o aquecimento das salas como da água necessária às piscinas. A água era aquecida em caldeiras que se colocavam sobre as fornalhas, circulando depois pelas paredes, através de tubos.
CAFÉ «A BRASILEIRA»
ANTIGO PAÇO ARQUIEPISCOPAL DE BRAGA


MUSEU COMENDADOR NOGUEIRA DA SILVA
Este Museu deve a sua fundação ao legado, feito em Setembro de 1975, a favor da Universiadade do Minho, pelo Comendador António Augusto Nogueira da Silva, originário de uma família bracarense. O edifício é da autoria do Arquitecto Rodrigues Lima. A exposição permanente inclui colecção de porcelana, peças de mobiliário, pintura, prata, marfim, tapeçaria e azulejos. O seu belo jardim é de inspiração francesa. No jardim encontramos dois painéis de azulejos holandeses do século XVIII, azuis e brancos, bem como uma escultura de Apolo e Dafnée, cópia de um trabalho de um escultor italiano de nome Bernini. No fundo do jardim encontra - se uma fonte Barroca originária do Mosteiro de Tibães.
MUSEU DA IMAGEM
O Museu da Imagem é tutelado pelo pelouro da cultura da Câmara de Braga. Promove regularmente exposições de fotografia. É responsável pela recuperação de um vasto espólio herdado da Foto Aliança e da Foto Pelicano. Está instalado numa torre medieval da cidade.
MUSEU DOS BISCAINHOS

O Museu dos Biscainhos encontra-se instalado num notável conjunto patrimonial integrado por um imóvel e Jardim Histórico Barrocos. Como componente programática, a instituição ilustra a vivência da sociedade nobre portuguesa, no contexto de uma Casa Senhorial dos séculos XVII e XVIII. O organismo enquadra colecções de Artes Decorativas que, complementadas pela estrutura e riqueza ornamental do conjunto nos permitem definir os conteúdos mais marcantes e dos hábitos domésticos e sociais do período. A Casa dos Biscainhos terá sido fundada na primeira metade do século XVII. Destacou-se o nome do Dr. Constantino Ribeiro do Lago, figura grada de então, que aqui se casou e constituiu descendência. Ao longo do séc. XVIII e entrando pela centúria seguinte, os descendentes foram alterando e valorizando o imóvel, revestindo-o de belíssimos interiores ornamentais com paredes apaineladas de azulejos, avivadas em alegre ou suave policromia pictórica, e tectos modelados em delicados estuques. O palácio foi passando de geração em geração, dentro da mesma família, por mais de três séculos, até que o seu derradeiro proprietário, o 3.º Visconde de Paço de Nespereira, o vendeu para instalação do actual Museu.
Os Jardins do Museu dos Biscainhos constituem-se como um dos mais notáveis exemplares de Zona Verde do Norte do País, desfrutável no seio de uma cidade. A sua importância dimensiona-se a vários níveis: apresentar-se como uma das raras sobrevivências de Jardim histórico, que se disponibiliza a toda a comunidade, constituir um Conjunto Patrimonial Barroco datável do século XVIII, integrando escultura e arquitectura do maior interesse artístico, representar uma Zona Ambiental de destacável significância, assumindo-se como um dos pulmões da cidade de Braga.
No Jardim do Museu existem 11 fontes (incluindo os dois espelhos de água das «casas do jardim». A árvore mais antiga do jardim é um Tulipeiro da Virgínia que tem mais de 200 anos. O Jardim apresenta 3 níveis e chamam-se (Terreiro) Formal, Pomar e Horta. Na escultura que se encontra no jardim por baixo da cúpula está representado S. João Baptista.
MUSEU HENRIQUE MEDINA E PIO XII



MUSEU REGIONAL DE ARQUEOLOGIA D. DIOGO DE SOUSA




O conteúdo deste museu é constituído pelo espólio resultante da investigação arqueológica realizada na região norte. Este património data de 1918, ano em que foi definido como museu de arqueologia. O seu acervo está compreendido entre o período Paleolítico e a Idade Média. As ruínas da Bracara Augusta, as termas romanas do Alto da Cividade, o núcleo habitacional das Carvalheiras os mosaicos romanos, são exemplos do riquíssimo espólio deste museu.
No seu Jardim encontramos 15 marcos miliários (marcos cilindrícos colocados na margem das principais vias romanas, a cada mil passos (1480 metros) e indicavam a distância à cidade de origem do caminho. Em cada marco era gravado o nome do imperador reinante, que mandou construir ou recuperar essa via), em alguns deles encontramos o nome da cidade de Braga Bracaraavg (Bracara Augusta), e na parte superior de um desses marcos encontramos as letras AVG, nome de um imperador Augusto.

sábado, 7 de novembro de 2009

SER SPORTINGUISTA

É difícil. Não há motivação. Não há razões para festejar. Já não há referências e objectivos que incentivem a acreditar que o glorioso passado voltará.
Nos média, o ex-treinador, Paulo Bento, com um discurso redondo, que nada diz, afirma-se como um homem de valores, quais?
O Presidente Bettencourt traçou-lhe rasgados elogios na hora da despedida « é um dia muito triste para o Sporting». Foi um grande treinador. Se ser 4 vezes segundo lugar no campeonato é motivo de orgulho para o Sporting está tudo dito.
Onde está, então, a causa do insucesso? Não está no treinador, não está na parte técnica, não está na direcção. Deixem-me rir, assim sendo, o insucesso está naqueles que pagam e que não jogam, nos sócios e simpatizantes.
O insucesso está na falta de organização, na falta de líderes, na falta de orientação estratégica, na falta de disciplina e trabalho e na falta de responsabilização.
Depois de 4 anos em Alvalade, o treinador não teve tempo de formador uma equipa vencedora? Os constrangimentos financeiros não justificam nada e não são culpa dos sócios. Clubes com orçamentos inferiores (Sporting de Braga) conseguem estar em primeiro lugar.

JARTAR COM MARCELO REBELO DE SOUSA

 

Participei, ontem, nas CONFERÊNCIAS DO BOM JESUS, iniciativa conjunta da Confraria do Bom Jesus do Monte, da Arquidiocese de Braga e dos Hotéis do Bom Jesus na Colunata de Eventos, que têm como objectivos: promover a reflexão e uma nova energia para um humanismo integral; revalorizar o património desta magnífica estância turístico-religiosa. Té e Dr. Marcelo
Este ciclo de conferências iniciou-se com a intervenção do Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, intitulada «Portugal 2010».
É sempre gratificante ouvir o comentador político. As suas intervenções oportunas e pertinentes deixam os presentes presos do princípio ao fim da sua comunicação.
Foram muitos os assuntos abordados: a situação global no mundo e em Portugal, os desafios que o nosso país enfrentou e os que se deparam, o futuro da economia portuguesa, o papel das economias emergentes, a justiça em Portugal, casos mediáticos, a avaliação dos professores.
Uma mensagem ficou bem presente no nosso espírito: os próximos anos vão ser tempos de grandes desafios.
A sua simplicidade e o seu carácter afável, aliados ao Dom da Palavra, fazem dele um dos comunicadores e pensadores mais importantes do País.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A APANHA DE ALGAS ENTRE O MINHO E O DOURO

A apanha de algas, entre o Minho e o Douro, foi, durante a Idade Média até meados do século XX, uma actividade económica e socialmente importantíssima. Vários forais de diferentes localidades cristalizam esta actividade no passado.
Sobre apanha do Sargaço, salientemos a intervenção episcopal de D. Gaspar de Bragança, em 1780, na freguesia de Navais e posteriormente de D. Frei Caetano Brandão, em 1799, que determina o seguinte: «prohibimos a todos os moradores das freguesias circunvizinhas à praya do mar, principiando em Villa do Conde athe Vianna o uso de semilhante trabalho nos Domingos, e dias santos de guarda à excepção contudo daquellas ocasiões onde costuma sahir maior abundância d’argaço, e que na fraze popular se chamão grandes mariadas» (ADB, Livro dos Capítulos, 1743 a 1830).

CAPELA DE NOSSA SENHORA DA LAPA

D. Frei Caetano Brandão quando visitou a Capela de N.ª Sr.ª da Lapa, em Vila do Conde, considerou-a um templo riquíssimo pela arquitectura e tão decente no seu interior que lhe concedeu licença perpétua para nele se expor o Santíssimo Sacramento (in Em redor dos milagres da Senhora da Lapa, Vila do Conde, sécs. XVIII-XIX, Agostinho Araújo).

OS COMENDATÁRIOS

A instituição da comenda pressupunha a passagem dos bens da mesa abacial a um abade titular «extra regimem». Era de nomeação pontifícia ou apresentação régia. Esteve em vigor entre os séculos XV e XVI.
Sabemos que Tibães teve seis comendatários e foi dos últimos mosteiros a tê-los, os quais, no dizer de Frei Marceliano da Ascenção na sua Crónica de Tibães, «tinham em suas casas as abadias como herança».
Muitos consideraram as comendas como uma verdadeira «praga», com dignificantes excepções.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

MONGES NO CONVENTO

O Mosteiro Beneditino de Tibães foi durante séculos a cabeça da «Congregação dos Monges Negros de S. Bento do Reino de Portugal», uma glória de Braga e do seu termo.

Hoje não há frades no convento, mas noutros tempos enchiam os claustros. Segundo o relatório do visitador Dr. Manuel Coelho, em 1568, designado pelo Arcebispo D. Frei Bartolomeu dos Mártires, havia quinze monges e cinco noviços (in segundo o livro O Mosteiro de Tibães e a Reforma dos Beneditinos Portugueses no séc. XVI de Geraldo J. A. Coelho Dias).

Fresco de Singeverga sobre tibães