domingo, 29 de março de 2009

ARQUITECTO DO BOM JESUS DO MONTE E DA PONTE DAS BARCAS

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Ao comemorarmos, em 29 de Março de 2009, duzentos anos do desastre da Ponte das Barcas, na Ribeira do Porto, por ocasião da segunda invasão francesa, onde a população desta cidade viveu momentos de verdadeira tragédia, ocorre-nos recordar o projectista bracarense da referida ponte.

O Arquitecto Carlos Amarante, natural de Braga, além de projectar o actual templo do Bom Jesus do Monte foi o autor da Ponte das Barcas, inaugurada em 15 de Agosto de 1806, constituindo-se como a primeira travessia a unir as duas margens do Rio Douro.

Esta ponte era constituída por 20 barcaças unidas por cabos de aço, ligadas entre si por uma plataforma de pranchas. Podia abrir ao meio para permitir o tráfego fluvial.

sábado, 28 de março de 2009

SOCIMORCASAL INAUGURA NOVAS INSTALAÇÕES


A SOCIMORCASAL, empresa com raízes na freguesia de Mire de Tibães, inaugura, hoje, as novas instalações na Rua 5 de Outubro, n.ºs 502 a 510, 4700-260, Frossos, Braga.
Com 30 anos de actividade, transformou-se, em poucos anos, numa das maiores empresas de prestações de serviços, do ramo da construção civil, da região e do país.
Orgulha-se por merecer a confiança e de colaborar com as maiores empresas de construção civil portuguesas, tendo, igualmente, conquistado uma posição de referência junto dos consumidores individuais.

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A Socimorcasal cresceu simultaneamente para áreas de negócio adjacentes, integrando um leque alargado de soluções das quais se destacam Socimor Pavimentos, Socimor Carpintarias, Socimor Pisos Radiantes, Socimor Painéis Solares, Socimor Materiais de Construção, Socimor Bricolage, Socimor Jardim.
A SOCIMORCASAL é uma empresa que presta serviços de excelência e desenvolve soluções inovadoras. Procura estimular relações de confiança e duradouras com clientes e parceiros. A qualidade dos serviços prestados está sempre em primeiro lugar.
Esta empresa bracarense possui sucursais no Porto, Lisboa e Algarve.




POLÍTICA EM VERSO (14) - Zezão - 25-11-1923.

Por causa do novo aumento
Da bela da circulação
Em notas do dinheirinho,
Tudo anda em movimento,
Em tremenda exaltação,
Contra o velhinho!

É que ninguém abre o bico
P’ra soltar duas piadas,
Ou na cidade ou na aldeia,
Que não pinte o mafarrico,
Em frases indignadas,
Contra o Correia!

Té mesmo no parlamento
Onde não há quem não meta
O nariz e o focinho,
Por causa do tal aumento,
‘stá todo o bicho careta
Contra o velhinho!

Vem o Carvalho e o desanca
Vem o Cunha e o aperta
E o amigo Silva o enleia…
Até o procópio o arranca
Do fundo este brado «alerta»!
Contra o Correia!

Ora bolas! Por favor;
Não façam tanto barulho!
Põem o homem tolinho
Ou o fazem morrer de dor!
Não peguem mais no estadulho,
Contra o velhinho!

Cá por mim, não vou na fita!
Salvo o devido respeito,
Não levem a mal que eu creia
E aqui o diga e repita:
Que tudo isto é fingido
Contra o Correia!

Pois tenho a convicção
Que ele a isto fim poria
Se das notas um massinho
Lhes fosse meter na mão…
Então tudo gritaria:
Viva o velhinho!
Zezão

segunda-feira, 23 de março de 2009

II CENTENÁRIO DA SEGUNDA INVASÃO FRANCESA

Não podíamos deixar passar este dia sem uma alusão ao segundo centenário da segunda invasão francesa.invasões francesas
Braga comemora este dia com uma mostra "Operações militares no Norte de Portugal durante as Invasões Francesas, conhecimento geográfico e defesa"; inauguração de uma lápide evocativa e um colóquio sobre esta temática.
Nestes dias de Março, de há 200 anos, os acontecimentos sucederam-se vertiginosamente: no dia 17, O general Bernardim Freire de Andrade foi massacrado perto de Braga, por populares que o acusavam de traição, trágico incidente provocado pelo falso rumor que se espalhou de que a vítima, que era um brilhante militar, estaria secretamente ao serviço dos franceses, nos dias 18 e 20 de Março, o corpo de exército de Soult vence as forças portuguesas que defendiam Braga em Carvalho d'Este.
Juntamos uma petição, em que se pede ao Comandante Ordenanças de Braga, Boaventura José da Cota, um atestado, em como os alunos e professores do Colégio de S. Caetano, trabalharam numa fábrica de fazer cartuxame e mosquetaria para a resistência aos franceses.

POLÍTICA EM VERSO (13) - Zezão - 18-11-1923.

Meio mundo, impaciente,
Há muito, pergunta em vão,
Quando se encontra co’a gente:
- Quando sai a revolução?

E a gente que anda às aranhas,
Mas que sabe, quer mostrar,
Responde, com artimanhas:
- Está aqui… está a rebentar…

E o meio mundo, contente,
Vai contá-lo ao outro meio,
Que o vem contar à gente
Com ares de certo receio…

Mas passam-se meses, dias,
Passa-se um ano até,
E quero que tu te rias!
Diz-nos incrédulo o Zé…

P’ra acabar co’esta encrenca,
Mandei ao meu secretário
Que fosse meter a penca
No meio… revolucionário.

Da missão no desempenho
Com pouca sorte ele andou
E, por isso, estampar venho
A nota que me enviou:

-«Obedecendo ao mandado
De você, Senhor Zezão,
Fui procurar apressado
O chefe da revolução».

- Seu Procópio Radical,
Diga-me lá, co’a maleita,
Se a cousa não corre mal,
Se a cousa sempre se ajeita!

- Não sei o que quer dizer
Na sua pergunta audaz!
Se quer que o possa entender
Fale claro, meu rapaz!

- Pois ponho os pontos nos is,
… A cousa… é a revolução!...
- ‘steve a sair por um triz,
Hoje mesmo, esta minhão!

Porém julguei mais prudente,
Eu que sou o chefe d’ela,
Adiá-la mais p’ra frente,
Por causa de certa aquela…

Mas juro, não esteja a rir!
Embora a demora enfade,
A cousa que há-de sair
Quando eu… tiver vontade…

Que tal ‘sta o da rabeca?
Ao ler isto, estive em risco
De apresentar ao careca
As armas de… S. Francisco!
Zezão

quarta-feira, 18 de março de 2009

VASCO DA COSTA MOREIRA (1950-2009)

VascoConheço o Mestre em Educação, Vasco da Costa Moreira, desde os meus 11 anos. A partir daí, raro foi o ano em que não tivemos oportunidade de conviver. Mas subitamente saiu do nosso meio. Ficamos privados do Homem Justo, Humanista e Bom Educador.

No nosso círculo era conhecido pelo «cronista mor», dada a excelência da sua escrita.

Já não me refiro ao seu notável percurso profissional, como professor da Escola Secundária

D. Sancho I, em Famalicão, como formador e escritor. Hoje, dia 18 de Março, juntamente com um mar de amigos, acompanhei-o até à sua última morada em S. Paio de Antas.

segunda-feira, 16 de março de 2009

POLÍTICA EM VERSO (12) - Zezão - 15-11-1923.

As últimas notícias dizem que, se o Sr. Catanho Menezes conseguir formar ministério, nele tomarão parte os seguintes snrs: Catanho de Menezes, Joaquim Ribeiro, Afonso Cerqueira, Ferrão Mendes e Rego Chaves (dos Jornais).

Se o Menezes das Castanhas
Levar a missão ao fim,
Com as costumadas manhas,
Que falham, contudo, às vezes,
Razão é, penso p’ra mim,
De a Republica se saudar
Por de certo ir remoçar
Co’as Castanhas do Menezes.

No ministério apontado,
Caso ele vá a galheiro,
Eu vejo realizado,
Duma maneira formal,
O nobre, o fim altaneiro,
Que tanto almeja a nação
- A feliz resolução
Do problema nacional.

Porque, leitores, a verdade
É que dos homens citados,
Por força concluir-se há-de,
Com todo o rigor da lógica,
Pelos seus significados,
Que para a nação salvar
Tudo se pode encontrar
Na gentinha demagógica.

- Agoniza a agricultura
Por haver muitos terrenos
Incapazes de cultura
Durante o ano inteiro
E sem poder ser por menos
Por falta da regasinha?
Pois água com farturinha
Pode lha dar o… Ribeiro.

- Não se faz em Portugal
A justiça desejada
Para castigo do mal,
Quer seja a Pedro ou a Sanches?
Pois isso é contada fava!
Para a justiça fazer
Respeitada e a valer,
Basta o Ferrão do Abranches…

-‘sta a Marinha num fio
E é preciso aumentá-la.
Pois a que temos, num rio,
Inda que, pequeno e esconso,
Possível é encerrá-la?
Não faltam materiais
P’ra aumentá-la muito mais
Na… Cerqueira do Afonso.

- Mas o preciso dinheiro
P’ra o orçamento equilibrar,
Não ficará no tinteiro?
- Mau caro leitor, não sabes
Que o há-de canalizar
Do tesouro p’ra o aconchego
O Sr. Chaves do Rego
Ou o seu Rego do Chaves?...

Não há, portanto, razão
P’ra gente desanimar!
‘sta salva a lusa nação!
Por ela, leitor, não rezes!
‘sta bem longe d’expirar!
E salva pelos democratas,
Como do Afonso as batatas
E as Castanhas do Menezes!

As batatas do Afonso?!
Ai! Filho, não digas mais!
Não faças de mim Alonso!
- Pois é verdade, leitor!
São aquelas, são as tais
Com que, terça, no Rossio,
Brindá-lo, com garbo e brio,
Quiseram os radicais…

Zezão

terça-feira, 10 de março de 2009

ANTÓNIO CÂNDIDO, EX-ALUNO DO COLÉGIO DE S. CAETANO

 

António Cândido Ribeiro da Costa, nasceu em Candomil, concelho de Amarante, a 30 de Março de 1852, foi Doutor em Direito pela Universidade de Coimbra e lente catedrátpd_antcandidoico da mesma faculdade, deputado, par do reino, conselheiro de Estado, ministro de Estado, procurador geral da coroa, sócio efectivo da Academia Real das Ciências e Ministro da Instrução Pública. Mas o nosso realce vai para a sua qualidade de antigo aluno do Colégio de S. Caetano.

Um dia, ao recordar a sua entrada nesta instituição, ele definia a felicidade como o sonho da adolescência realizado mais tarde na vida adulta: «N’um dos melhores dias da minha vida, sim. Reconheço-a agora mais uma vez, comparando o dia de hoje com outro da minha remota infância, em que saí daqui para iniciar em Braga os meus estudos».

segunda-feira, 9 de março de 2009

APONTAMENTOS PARA A HISTÓRIA

No Jornal Espanhol ABC, de 8 de Março de 2009, lemos que o navegador Cristóvão Colombo se chamava, afinal, Pedro Scotto, segundo o historiador espanhol Alfonso Enseñat de Villalonga.

A maioria dos especialistas acredita que Colombo (1451-1506), teria descoberto a América em 1492, era filho de um tecelão genovês enquanto que outros dizem que eracolombo português, catalão, galego ou corso.

Mas, como as novidades aparecem todos os dias, agora surge o trabalho de Enseñat, que o dá como filho de um comerciante e foi baptizado como Pedro e nasceu em Génova .

Por estas razões, também posso divulgar que, segundo a tradição, Cristóvão Colombo terá residido na Casa do Esmeraldo, na Ilha da Madeira. Julga-se ter vindo para o nosso país por volta de 1470 e sabe-se que decorrido algum tempo terá casado com Filipa Moniz, filha do primeiro donatário da Ilha de Porto Santo, Bartolomeu Perestrelo. Dominado pela febre dos descobrimentos terá feito algumas viagens às costas africanas. Talvez tenha visitado os Açores e a Madeira.

Sinth do Templo do Bom Jesus do Monte

quarta-feira, 4 de março de 2009

SINTH DO MOSTEIRO DE TIBÃES

domingo, 1 de março de 2009

BRAGA E FREI CAETANO BRANDÃO – UMA RELAÇÃO SEMPRE EM BRASA

As relações nem sempre foram as melhores. Os interesses das diferentes classes eram absolutamente divergentes, pelo que os Beneficiados pela sorte não lhe tornaram a vida fácil.
Numa carta dirigida ao Tribunal da Relação, datada de 22 de Novembro de 1789, Frei Caetano refere-se a Braga nestes termos: «Bem sabe Elle quanto he a minha insuficiencia para suster o pezo e manejar as rodas de hua maquina tão complicada e que incomparavelmente mais que o condutor do povo hebreu, eu tinha necessidade de hum congresso de homens sizudos e illustrados que unidos comigo em hum mesmo espirito contribuissem a facilitar-me o desempenho deste critico ministerio. Não duvidem Vossas merces que se a gloria de Braga dependesse somente de meus desejos e das minhas intençoens, nada seria mais bem fundado que a lisonjeira esperança que todos se prometem na presente translação, mas em fim são desejos descarnados de eficacia e por isso talves athe agora infrutiferos» (Inácio J. Peixoto, Memórias, Manuscrito do ADB-UM).
As quezílias entre Frei Caetano e a mitra (corpo capitular) renasceram, pois estes não perdoam a perda dos seus príncipes, a falta do perfume da corte e a extinção do senhorio. A mitra não se resignava com a perda do poder temporal dos prelados, nem com a pobreza evangélica e o afã catequético imprimidos pelo arcebispo: «este prelado veio despertar Braga do letargo em que jazia (...) (pois) não sabia muito que cousa era um pastor verdadeiramente bispo. Conhecia príncipes na verdade magníficos e benignos que queriam o bem, mas não se resolviam a segui-lo» ( Inácio J. Peixoto, Memórias, Manuscrito do ADB, cf. Memórias particulares de Inácio José Peixoto, Coord. de Viriato José Capela, Braga, ADB, 1992, p.115).
Frei Caetano chegou a preferir a cela monacal ao Paço de Braga. Por isso desfiou, muitas vezes, o rosário do seu inferno privado, não obstante a sua acção como reformador social ecoar junto às portas do paraíso.
Comparou o seu múnus pastoral em Braga com o Pará, deixando transpirar algumas dificuldades: «Eu que me queixava do Pará, mas em comparação de Braga fica a perder de vista, é a cabeça a andar sempre em urgir de negócios, vendo como há-de dar providência a todos, porque todos a reclamam à porfia»…
A cidade (Braga), sempre de ferro em brasa, era uma máquina complicadíssima, que nem andava, nem deixava andar, como rodas sempre a desconjuntar-se. Vai compor-se uma roda, desanda outra: é estar sempre em contínua fadiga e sobretudo como quem tem o garrote na garganta.

Política em Verso (11) - Zezão - 08-11-1923.

No correio da Manhã,
Um dos jornais lisboetas,
Em letras mui miudinhas
Vem umas noticiasinhas
Que, às vezes, p´ra mim eu julgo
Seriam bem metidinhas
No calhamaço das petas.

Imaginem os leitores
Que nele acabo de ler,
Nos tais caracteres usados,
E com olhos duplicados
Esta notícia d’arromba
Que, por mal dos meus pecados,
Vos sou forçado a dizer:

O Bernardino, pedreiro,
(onde mora, não aumenta)
Na polícia se queixou,
Num dia que já passou,
De que lhe tinha roubado
Alguém que não nomeou
A querida ferramenta.

Quem será Bernardino?
Se a minha mente não erra,
Creio já tê-lo matado…
Não será ele o Machado?
Deve ser! Embora haja,
Segundo afirma o ditado
Muitas Marias na terra…

O facto de ser pedreiro
Em ninguém confusão mete
Pois, sendo ele mação,
Pedreiro livre é, e, então,
Não espanta lhe roubasse
Qualquer esperto ladrão
O compasso e o malhête…

Por isso motivos tem
De ver a alma em tormenta
E o coração machucado.
Pois vê-se impossibilitado
De trabalhar – coitadinho!-
O Bernardino Machado,
Por falta de ferramenta…

Até, leitores, me parece
Que ele assim se não aguenta
Co’o testo no seu lugar;
Que, enquanto a não encontrar,
Noite e dia, o bom do homem,
Não deixará de berrar:
Que é da minha ferramenta?

E, daí, talvez quem sabe
É esta a opinião minha,
Se ela seria roubada?
Não ficaria arrumada
Como já tem sucedido,
E no avental embrulhada,
Na loja da … Viuvinha?
Zezão