Texto redigido para o site da Junta de Freguesia (http://www.jf-miretibaes.pt/)
Mire de Tibães é uma freguesia do Concelho de Braga, localizada a 6 kms e a Noroeste da Cidade, com grande dimensão regional e nacional. Um verdadeiro Ex-Líbris do Minho. Estende-se em comprimento desde a Capela e Monte de São Gens até à margem esquerda do Rio Cávado, e, em largura, está limitada pelas freguesias vizinhas.
A afabilidade das pessoas anda de mão dada com a sua postura simples. A qualquer pergunta sobre o património da freguesia as pessoas desdobram-se em explicações, prontamente disponibilizada, ora com mais ou menos certeza. É um daqueles locais que parecem estar escondidos com o único propósito de serem descobertos. Estão lá, mas escapam-nos sorrateiramente ao olhar. Justamente porque à actual geração pesa a responsabilidade de honrar o património, de valor mundial, que recebeu dos antepassados.
Também aqui, nas cercanias de Braga, tudo muda, menos a luz do sol, o olhar fascinado pela paisagem, a mesma tez nos rostos das gentes, os usos e costumes (Novenas e Presépio) e as festas (Cerco, N.ª Senhora do Ó, S. Filipe). Uma freguesia palpitante, com Associações Desportivas (ACDMT), Culturais (Rancho Folclórico de S. Martinho de Tibães, Grupo Coral, Grupo Unidos), Sociais (Mulheres em Movimento) e Religiosas (Confraria de N.ª S.ª do Rosário, Confraria de N.ª Senhora do Ó, Associação de Nossa Senhora da Cabeça e de S. Gens).
Terra de origens remotas, mantém ainda muitas das características rurais que marcaram a sua história que começa muito cedo, antes, ainda, da fundação da Nacionalidade. Já o Monarca Suevo Teodomiro possuía junto das águas do Cávado, entre os lugares de Sobrado e Mire, um luxuoso Paço, onde costumava descansar, ausentando-se dos bulícios da corte de Braga.Mas a freguesia deve o seu relevo, à existência do Mosteiro de São Martinho de Tibães, símbolo ímpar do nosso património cultural, cuja fundação, segundo o Conde D. Pedro, se ficou a dever a D. Paio Guterres da Silva.
No século XI, identifica-se Tibães como «a vila onde há pouco foi fundado o mosteiro». No século seguinte, o Conde D. Henrique e D. Teresa concedem ao Mosteiro a Carta de Couto.
No século XVI, a freguesia de Santa Maria de Mire já se encontrava anexa in perpetuum à freguesia de S. Martinho de Tibães.
No século XVI, a freguesia de Santa Maria de Mire já se encontrava anexa in perpetuum à freguesia de S. Martinho de Tibães.
O Mosteiro, a partir do século XI foi ocupado pela Ordem Beneditina, convertendo-se, no século XVI, em Casa Mãe da Congregação Beneditina para Portugal e Brasil, tornando-se num alfobre de recrutamento monástico. Os edifícios principais, actualmente existentes, foram construídos nos séculos XVII e XVIII, obra prima do Barroco em Portugal.
Nos seus tempos áureos, o Mosteiro era detentor de um valioso espólio de arte, pintura, escultura e uma enorme colecção de livros. Mas devido à sua venda em 1834, a maior parte do espólio foi perdido. Foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1944. Em 1986 após a aquisição pelo Estado Português, é iniciado o processo de recuperação do espólio.