segunda-feira, 12 de outubro de 2009

CONHECER TIBÃES – O CORO ALTO

É difícil encontrar uma Igreja sem coro. Nas comunidades conventuais, o coro reveste-se de uma impotância acrescida. Em Tibães, o Coro Alto era o local privilegiado para a recitação das «Horas», como as Matinas, Laudes e as Horas Menores. Os Monges permaneciam largas horas, em pé, entregues ao canto litúrgico, revestidos com as suas «casulas» e repartidos pelo «cadeiral». Ao centro, na estante coral, encontravam-se os livros sagrados, as bíblias, os antifonários, os livros de cantochão e saltérios. Sentavam-se, apenas, para a recitação dos salmos e leituras, por isso encontravam algum conforto nas «misericórdias».
Nas paredes do Coro Alto observam-se oito quadros representando a Vida de S. Bento e de Santa Escolástica.
O cadeiral foi construído entre 1666 e 1668. É atribuído a António de Andrade. Tem planta em U e dispõe de duas filas. A fila traseira encontra-se em plano superior. As cadeiras são de assento levadiço. Na parte inferior apresentam umas pequenas mísulas, as misericórdias, com máscaras de rostos humanos e animais. Os espaldares são a parte mais artística, são estofados, dourados e policromados e relatam figuras e factos beneditinos. A separar os espaldares, deparamos com pilastras com esculturas geminadas sobressaindo a folhagem, testemunho da talha proto-barroca.
Ainda se observa no Coro Alto um gradeamento de pau preto, o oratório com uma grande imagem de Cristo Crucificado de Frei José de Santo António Vilaça, o órgão (1781) do mestre organeiro Francisco António Solha (músico que viera para Portugal em 1737 para ajudar Frei Simão Fontanes a construir os órgãos da Catedral) com caixa desenhada por Frei José de Santo António Vilaça.

DSC06576 DSC06599
DSC06594 DSC06523
DSC06519 DSC06518
DSC06517 DSC06516