segunda-feira, 22 de março de 2010

SITUAÇÃO DO MOSTEIRO DE TIBÃES EM 1864

Um decreto do ministro António Joaquim de Aguiar, em 1834, veio extinguir as Ordens Religiosas, tanto no Continente, como no Ultramar Português. Assim os bens, moradias, foros, e todas as pertenças do Convento de Tibães passaram para a posse do Estado. Mais tarde todas as pertenças e bens foram arrematados e vendidos.

Se consultarmos o Arquivo Municipal, mais propriamente o Copiador para a correspondência expedida - Representações da Câmara de Braga (1844-1869), deparamos com uma exposição dirigida ao poder real, por parte da vereação camarária, datada de 5 de Abril de 1864:

«Senhor: o Mosteiro de Tibães é um edifício que pela sua colocação só pode desafiar a ambição dos arrematantes, para ser demolido, e vendidos para outras edificações os materiais de que foi feito. E será justo que se deixe assim aniquilar um monumento que fará honra a esta terra pelas recordações que encerra da laboriosa actividade - incansável zelo - e inimitável dedicação que aqueles Monges, os primeiros agricultores desta formosa Província souberam ser úteis à sua Pátria e ao seu semelhante? Por certo que não. Esta Câmara por isso suplica e espera que o Governo de Vossa Majestade mandando ficar sem efeito a ordenada arrematação e ouvindo depois as muitas razões de conveniência pública que ela se reserva fazer subir ao conhecimento de Vossa Majestade adaptará providência que satisfazendo a expectativa dos povos deste conselho, aparte a ideia da destruição daquele monumento secular. Deus guarde Vossa Majestade por muitos anos. Braga em 5 de Abril de 1864. Vice-Presidente, Bento Miguel Leite Pereira, Vereadores…».