Brevemente passarão dois séculos após a passagem dos invasores franceses pela nossa região. Em Março de 2009, 0 General Nicolas Jean de Dieu Soult (1769-1851), comandante da segunda invasão francesa, entrava no Bom Jesus, na Falperra e em Braga, depois de vencer as serranias do Alto Douro, Trás-os-Montes e Minho, onde, pela estrada de Chaves, chegava à Serra Amarela.
Comandava a defesa do norte do País, o General em chefe Bernardim Freire de Andrade que tinha como seu Quartel Mestre, o capitão Custódio José Gomes de Vilas Boas, mais tarde, segundo o seu assento de óbito, tenente-coronel.
O General Bernadim Freire de Andrade (1759-1809), face à desvantagem das forças que comandava, retirou para Braga, onde poderia melhor estabelecer a defesa da cidade, mas esta estratégica retirada, não foi bem vista pelo povoléu, que amotinado julgou Freire de Andrade, como jacobino e francesismo. Freire de Andrade, como Governador Militar do Norte em 1809, recebe a missão de defesa do Minho, na segunda invasão francesa. Consegue impedir a passagem de Soult por Caminha, mas sem condições para montar uma linha de defesa na região de Braga, optou por retirar para o Porto, o que foi considerado pela população como uma atitude colaboracionista e de entrega do país aos franceses. Acabou linchado pela populaça no dia 18 de Março de 2009, perto de Braga.
Este mal entendido viria a recair, também, sobre Custódio José Gomes de Vilas Boas. Um e outro pagaram, com a vida, o seu patriótico exemplo.
Primeiro, em 17 de Março, é assassinado Bernardim Freire.
Em consequência do avanço das tropas napoleónicas, avanço que, na região atribuíam a traição dos chefes militares portugueses, temendo pela sua segurança, Custódio José Gomes Vilas Boas, refugia-se no Convento de Tibães, tendo ali sido procurado pela enraivecida, turbulenta e desorientada turba. Trazido para Braga, é assassinado, também a tiro, no Campo de Santa Ana, no dia seguinte ao da morte de Bernadim Freire de Andrade.