domingo, 18 de janeiro de 2009

Política em Verso (5) - Zezão - 09-08-1923

Os amigos democráticos
Da Lisboa marmória e bela
Revelaram-se uns fanáticos!
Armaram p’ra lá tal tenda
Que do Governo Civil
Arrancaram a gamela
Ao doutor Pedro Fazenda!

Quem é que pode entendê-los?
São uns turrões, uns nabiças,
(Também os há em Barcelos
E entre eles mui boa prenda)
Que nem conhecem que o Pedro,
No fumeiro, entre as chouriças,
É sempre a melhor… Fazenda!

Mostram bem ser uns telhudos,
Obstinados, teimosos
E, em suma, uns abelhudos,
Aliás podiam bem
Gramar do Doutor Fazenda
Os palos apetitosos
E até o Pedro também.

Pois que dizem os p’riódicos,
Que por hi andam à venda,
Que, em faro, são diabólicos
Nem deixam nada em tinteiro,
(E em termos categóricos),
Que do tal Pedro Fazenda
É bem sortido o fumeiro.

Pois, meninos, que vos preste
A vós e à vossa gente!
Em vós mesmo quinau deste,
Querendo o Filipe Mendes,
Que é mesmo um osso esburgado!
Pois aflui lá o dente
Que agora na boca o tendes…

Post-Scriptum
Nas Bichas ou nos Foguetes
Do número da «Acção» passado,
Do Cardinas General
Veio o nome estropiado.

Os tipógrafos que são
Amigos de brincadeiras,
Lá por sua conta e risco,
Arvoraram-no em Cardeiras.

Influência do nome
Que lhes subiu ao toutiço?
Não, leitores, são bons rapazes
Que nunca apanharam …
Zezão