A entrada no Mosteiro de Tibães pode-se fazer de diversos modos, no entanto, a Portaria Superior, situada no adro fronteiro à Porta da Igreja, ganha particular significado.
Esta entrada, conhecida por Portaria de Cima, foi construída em finais do século XVII. A velha porta ainda conserva as marcas do seu uso. É composta de várias almofadas, pelo ralo e pela sineta. Pela parte interior, para aceder ao ralo e para se observar o exterior, era necessário correr uma travessa de madeira de igual tamanho. A sineta, de razoáveis dimensões, tinha um som estridente que se ouvia a longa distância.
A Portaria é encimada pelo nicho com a Imagem da Sra. do Pilar, criada, em 1721, pelo escultor beneditino Frei Cipriano da Cruz. No hall de entrada e na parede recuada, encontram-se armários, para o pão e para os remédios. Estes, ladeiam a escada que conduz ao piso superior e que, tal como a outra que desce para a Portaria dos Carros, é de pedra lavrada.
Com certeza, que esta portaria guarda recordações e momentos especiais. Também nos leva à imaginação, a azáfama do Monge Porteiro, que tinha por missão, antes mesmo do toque das Avé-Marias e ao tinir da sineta, espreitar pelo ralo e abrir a porta, com humildade e cortesia, ao pobre que vinha à procura de pão e remédios, ou então responder com modéstia e benignidade aos que procuravam informações. Em tempos mais recentes, recordamos o tom fastidioso das serviçais dos párocos quando eram interrompidas pelo troar da sineta.
Seja bem-vindo a «História por um Canudo».
Aqui encontrarão diversas investigações e publicações sobre áreas do meu interesse:
as minhas impressões;
a minha terra, Mire de Tibães;
o pedagogo e pai dos pobres, Frei Caetano Brandão;
o património de Braga.