quinta-feira, 17 de março de 2011

PRÉMIO NACIONAL DE PROFESSORES > 4.ª EDIÇÃO > JOSÉ CARLOS PEIXOTO: O PROFESSOR DE QUEM OS ALUNOS SE RECORDAM

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No último ano de trabalho do professor José Carlos Peixoto, a equipa da direcção da Escola Básica 2,3 Frei Caetano Brandão, em Braga, decidiu propô-lo para o Prémio de Mérito Carreira, com a convicção de que a qualidade do trabalho desempenhado correspondia a uma «candidatura ganhadora».
«Quando me recordo da escola, lembro-me logo do professor» – quem o diz é Sérgio Mota Pinto, que, 16 anos depois, volta ao estabelecimento de ensino que frequentou no 2.º ciclo para falar de José Carlos de Peixoto, que considera um dos melhores professores que teve na vida. Este ex-aluno faz questão de salientar que o gosto que ainda hoje tem pela História se deve a este docente de Língua Portuguesa e de História que «cativava pela maneira de ensinar».
«Sempre à frente do seu tempo», tal como reconhece Rosa Sarmento, docente de História e Geografia de Portugal, soube tirar partido das novas tecnologias para evoluir na forma de leccionar, de modo a prender a atenção dos estudantes do século XXI. Ana Rodrigues, de 12 anos, aluna de José Carlos Peixoto no ano lectivo anterior, considera que o professor dava as aulas «de uma forma gira e diferente», recorrendo à plataforma Moodle e ao PowerPoint.
Na plataforma Moodle, o docente introduzia a matéria resumida e colocava exercícios, o que, segundo Ana Rodrigues, contribui para ajudar os alunos a «ter método para estudar». Já o PowerPoint permitia mostrar imagens de acontecimentos históricos, projectadas numa tela, como o terramoto no tempo do Marquês de Pombal ou as caravelas da época dos Descobrimentos, o que, para esta estudante, marca a diferença: «No livro, vemos as coisas mais pequenas e não percebemos tão bem. No PowerPoint, observamos as imagens em grande e fixamos melhor.»
Coordenador do Departamento de Ciências Sociais e Humanas, durante os últimos anos, este professor também recorria à plataforma Moodle para dinamizar o trabalho de equipa, disponibilizando as planificações das aulas, os testes, as actas das reuniões e a legislação. Mas, enquanto colega, não se destacou apenas pela utilização das novas tecnologias. A sua postura, considerada por Virgílio Rego da Silva, na altura director da escola e proponente da candidatura, como a de um “autêntico cavalheiro”, teve grande impacto em momentos decisivos.
«Quando, nas reuniões do conselho pedagógico, estávamos a discutir, mantinha-se impávido e sereno, mas, quando intervinha, fazia-o de forma extraordinariamente assertiva. Não alimentava polémicas, tirava aquilo que de bom se podia extrair e fazia com que andássemos para a frente», destaca Fernando Braga, professor de Língua Portuguesa e colega desde há 15 anos.
A exigência, primeiro para consigo próprio e depois para com os outros, é outro dos traços marcantes de José Carlos Peixoto. «Não há serviços mínimos para o professor. Tentava sempre ir mais além e puxava por nós», evoca Sérgio Mota Pinto. Mas tudo começa muito antes de entrar na sala de aula, tal como afirma José Carlos Peixoto. «Uma aula não corresponde apenas à sua duração. Em casa, significa três vezes mais tempo. De um ano para o outro, havia sempre um material que já não me satisfazia ou um teste que já não se adequava. Sentia sempre necessidade de aperfeiçoar o meu trabalho.»
Esta vontade de fazer sempre mais e melhor reflectiu-se também nas tarefas que realizou em benefício da escola e da comunidade. Alunos e colegas recordam, com entusiasmo, os inesquecíveis eventos que organizou, entre os quais destacam um peddy-paper que envolveu mais de 500 pessoas, desde alunos a professores, passando por pais e por munícipes da cidade de Braga.

Site do Ministério da Educação: http://me2.addition.pt/index.php?s=white&pid=767