O Mosteiro de Tibães é um contínuo apelo à memória e à beleza. Contido por fora e deslumbrante por dentro, explode em ondas de luz e ouro que o inevitável apelo à glorificação divina impunha aos homens no interior dos seus templos.
Foi abrigo de míticos anacoretas perdidos na voragem dos tempos.
Em todos os mosteiros havia o Capítulo que designava a "cabeça", o local das grandes decisões.
No Mosteiro de Tibães era na Sala do Capítulo, com a grande Mesa do Definitório, coberta de cordovão preto e guarnecida, em redor, de panos verdes com galão verde de lã, mais a grande cadeira de braços do Reverendíssimo, com assento e encosto de damasco preto e os quatro canapés com assentos e encostos de almofadas, que se reunia, de três em três anos, no terceiro dia do mês de Maio, dia da festa da Santa Cruz, a Congregação de S. Bento de Portugal e da Província do Brasil.
A esta sala acorriam Abades, Visitadores, Definidores, Padres Companheiros e Secretários, Priores, Mestres dos Noviços e Mestres de Teologia para elegerem o Geral, os Dom Abades e todas as prelazias de cada mosteiro e providenciar do governo trienal da ordem, quer no campo espiritual, quer no material.
A Sala do Capítulo do Mosteiro de Tibães caracteriza-se pelo equilíbrio, pelas proporções, pela copiosa luz do sul e do poente e inundada pelos intensos cheiros da Cerca.
A «Casa do Capítulo» é um dos espaços mais nobres e belos do Mosteiro. Apesar de construída em 1700, de cuja época mantém o bonito tecto de caixotões de madeira pintada, rematados por uma platibanda policromada de madeira entalhada, com mísulas, folhas, urnas, cabeças de anjos e pássaros, foi completamente reedificada no triénio 1783/1786. Então, rasgaram-se-lhe as amplas janelas com sacadas, com novo soalho constituído por grandes tábuas de pinho manso, montou-se um novo retábulo com risco de Frei José de Santo António Vilaça e um quadro alusivo ao Espírito Santo, decoraram-se as paredes com painéis de azulejo rococós sobre passos da vida de José do Egipto e puseram-se os grandes quadros com ricos caixilhos de madeira entalhada, pintada e dourada de S. Bento e de Santa Escolástica, de Frei Plácido Villa Lobos e de Frei Pedro de Chaves ( os reformadores quinhentistas da Ordem Beneditina); de D. Sebastião e do Cardeal D. Henrique; dos Papas Clemente XIV e Pio VI. Estes quadros, alguns da autoria de Frei José da Apresentação, vieram fazer companhia aos 50 retratos da «Galeria dos Gerais», mandada pintar em 1758.
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