Para fazer face ao pauperismo com origem na crise económica, de base agrícola, o Mosteiro de Tibães teve um papel fundamental no socorro às vítimas da fome da freguesia e das redondezas, distribuindo esmolas copiosas de pão.
À Portaria do Mosteiro de Tibães acorriam centenas de pessoas diariamente. Houve um dia em que se contaram na Portaria mais de 1000 pessoas, gastando-se com elas cerca de 15 alqueires de milho cozido.
Desde Maio de 1798 até Maio de 1799 consumiram-se 2404 alqueires de pão cozido, no Mosteiro de Tibães para enfrentar a pobreza.
Em Maio de 1799, para obviar aos efeitos da dura e cruel avareza dos rendeiros que se aproveitavam da miséria pública para enriquecerem à custa da pobreza, os Magistrados impuseram uma taxa ao pão de milho fazendo-o vender a 650 rs.
Foi autor desta iniciativa o Juiz de Fora de Guimarães Manuel Marinho Falcão, conhecido nesta província pela sua integridade, zelo e amor do bem público. Também o Príncipe fez chegar aos negociantes da Praça de Lisboa que seria do seu agrado que eles fizessem transportar para esta província milho, centeio, ou trigo a fim de socorrerem a miséria pública.
Tendo em conta os estragos causados pelas invasões francesas na região e o aumento de bocas para alimentar pela passagem dos exércitos, bem como as más colheitas, a crise vai sentir-se fortemente entre 1810 e 1811.
Tibães volta a prestar auxílio às pessoas que acorreram aos portões do Mosteiro. Nestes anos mais de 400 pessoas são aqui diariamente socorridas pelo Frei Manuel Inácio das Dores.
No ano seguinte, em 1812, os níveis de produção aumentam, mas os preços não melhoram e as dificuldades mantêm-se.
A partir de 1813, assiste-se a uma recuperação agrícola e a uma melhoria generalizada da situação.
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