Meio mundo, impaciente, Há muito, pergunta em vão, Quando se encontra co’a gente: - Quando sai a revolução? E a gente que anda às aranhas, Mas que sabe, quer mostrar, Responde, com artimanhas: - Está aqui… está a rebentar… E o meio mundo, contente, Vai contá-lo ao outro meio, Que o vem contar à gente Com ares de certo receio… Mas passam-se meses, dias, Passa-se um ano até, E quero que tu te rias! Diz-nos incrédulo o Zé… P’ra acabar co’esta encrenca, Mandei ao meu secretário Que fosse meter a penca No meio… revolucionário. Da missão no desempenho Com pouca sorte ele andou E, por isso, estampar venho A nota que me enviou: | -«Obedecendo ao mandado De você, Senhor Zezão, Fui procurar apressado O chefe da revolução». - Seu Procópio Radical, Diga-me lá, co’a maleita, Se a cousa não corre mal, Se a cousa sempre se ajeita! - Não sei o que quer dizer Na sua pergunta audaz! Se quer que o possa entender Fale claro, meu rapaz! - Pois ponho os pontos nos is, … A cousa… é a revolução!... - ‘steve a sair por um triz, Hoje mesmo, esta minhão! Porém julguei mais prudente, Eu que sou o chefe d’ela, Adiá-la mais p’ra frente, Por causa de certa aquela… Mas juro, não esteja a rir! Embora a demora enfade, A cousa que há-de sair Quando eu… tiver vontade… Que tal ‘sta o da rabeca? Ao ler isto, estive em risco De apresentar ao careca As armas de… S. Francisco! Zezão |