domingo, 27 de dezembro de 2009

PRESÉPIO DE TIBÃES - 2009

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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

MAIS UM NATAL

O Natal não se repete.
É sempre um dia especial e único.
Cada dia do ano deve ser vivido com esse espírito natalício. Cristo deve nascer, em cada um de nós, diariamente.
O Natal é algo de espiritual, mas não podemos olvidar a realidade envolvente, nomeadamente, o brilho das luzes, o som das melodias de natal, as prendas que enchem o mundo infantil.
Hoje dia de Ceia de Natal, em que as tradições mais sobressaem, lembra-me uma frase de Ramalho Ortigão: « Há só um banquete português que desbanca todos os jantares de Paris, mas quando as desbanca inteiramente: é a ceia da véspera de Natal nas nossas terras do Minho».
O Natal é a época mais propícia para saborear os pratos regionais, os doces e as iguarias que passam de geração em geração, é uma viagem pelos sabores dos nossos antepassados: o Bacalhau, os Formigos ou Mexidos, as Rabanadas, a Roupa Velha, os Bolinhos de Jerimu, a Aletria, o Bolo-Rei, o Pão-de-Ló.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

FREI CAETANO BRANDÃO E A ESCRAVATURA

A inserção da escravatura na Amazónia aumentou com a criação da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, durante o período pombalino. No Pará e no Maranhão os negros distribuíam-se pelos canaviais e pelas culturas do arroz e algodão.
Também se enraizou aqui a cultura da cana-de-açúcar, adquirindo uma enorme importância económica, recorrendo à escravatura, estabelecendo um um regime social típico.
As tensões entre senhores e escravos eram frequentes, sobretudo pela aplicação de castigos. Nas Memórias de Frei Caetano Brandão encontramos alguns depoimentos sobre o tratamento que alguns senhores dispensavam aos seus escravos:
“Muitos senhores há, que fazem tanto caso deles, como se fossem cães: como trabalham é o que importa... Sei de alguns que nenhuma missa mandaram fazer pelo pobre escravo, que talvez consumiu todas as suas forças em os enriquecer. Não falo agora na barbaridade, com que muitos os castigam, e isto, não por ofensas de Deus, que no seu conceito são faltas ligeiras (e se é escrava, que aparece com o ventre crescido, muitas vezes se estima), mas por temporalidades insignificantes. Tenho visto escravos aleijados, de mãos e pés, outros com as costas, e lugares inferiores feitos em retalhos, efeitos de castigos; que custa a compreender que haja na humanidade monstros de crueza, que tal cheguem a praticar”.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

CENTENÁRIO DA «TIA EMÍLIA»

No passado Domingo, dia 20 de Dezembro, a Senhora Emília Gomes da Cunha celebrou o seu centenário.
A comunidade de Tibães não deixou de festejar este dia, quando um dos seus membros comemora 100 anos de vida, com uma lucidez invejável e um espírito jovem.
Já o seu marido dez anos mais velho, também, ultrapassou um século de existência.

sábado, 12 de dezembro de 2009

CONCERTO E EXPOSIÇÃO EM TIBÃES

DSC00024Em época de advento, assisti, nesta tarde de sábado, no Mosteiro de Tibães, a um concerto pelo Coro Gregoriano de Penafiel.
Seguidamente, na sala do Recibo, o Sr. Arcebispo de Braga inaugurou uma exposição de pintura do Arquitecto Nuno Portela, onde propõe uma «visitação a um universo denso, polimorfo, onde as portas se abrem a diversos olhares e interpretações». Metade da receita da exposição reverterá para o Centro Social e Paroquial de Mire de Tibães. Este gesto do Pintor é digno da nossa admiração e respeito.

SOCIMORCASAL JUNTA COLABORADORES

Na noite de 11 de Dezembro, a Socimorcasal, empresa com sede na Rua 5 de Outubro, em Frossos, juntou todos os seus colaboradores num Jantar de Natal.
Estes momentos serviram, fundamentalmente, para criar maior união entre todos e para juntarem esforços para enfrentarem os novos desafios.

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

BOAS FESTAS

DSC00020A todos os meus amigos e habituais frequentadores deste Blog votos de Boas Festas e Feliz Natal.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

PRÉMIO DE RESTAURO

Tivemos conhecimento pelos jornais que a Equipa de Restauro do Mosteiro de Tibães foi premiada com a Medalha de Ouro de Restauro Arquitectónico na Bienal de Miami Beach, nos Estados Unidos da América.
Parabéns a essa equipa.
Mais outro prémio a acrescentar ao Prémio Carlo Scarpa que, em 1998, premiou a Cerca do Mosteiro de Tibães.

domingo, 6 de dezembro de 2009

ABADIAS E MOSTEIROS BENEDITINOS

As abadias são conventos cristãos, geralmente católicos e governados por abades ou abadessas, enquanto que os conventos ou mosteiros podem referir-se a comunidades monásticas não cristãs. Os Beneditinos são uma ordem religiosa monacal católica fundada por São Bento. Esta ordem está espalhada por todo o mundo. Eis algumas abadias e mosterios de referência: Mosteiro de Tibães (Casa Mãe dos beneditinos em Portugal); Mosteiro de S. Bento da Vitória (edifício beneditino do século XVI); Abadia do Monte Cassino (berço da Ordem dos Beneditinos, onde São Bento de Núrsia fundou seu primeiro monastério, por volta de 529); Abadia de Saint-Denis (na proximidade de Paris); Mosteiro de S. Bento de Singeverga (situado na freguesia de Roriz, Santo Tirso, fundado a 25 de Janeiro de 1892); Mosteiro de S Bento do Rio de Janeiro; Mosteiro do Lorvão (Situado em Penacova, depois de ter pertencido aos beneditinos, o mosteiro passou para a Ordem de Cister, por imposição de D. Sancho I e também por envolvimento do Papa Inocêncio III, em 1211); Mosteiro do Salvador do Paço de Sousa (remonta ao século X); Mosteiro de Santa Maria das Junias (a primeira construção remonta ao séc. IX, destinou-se a albergar frades beneditinos, tendo sido durante o século XII entregue à Ordem de Cister.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

FONTES, FONTANÁRIOS E CHAFARIZES DE BRAGA

FONTE DO ÍDOLO

Na antiga capital de Conventus, Bracara Augusta, foi edificado, nos inícios do século I, um santuário rupestre que é hoje conhecido como Fonte do Ídolo, ou "Quintal do Idro". Este monumento conservou-se, parcialmente, e é um dos locais da cidade romana mais divulgados devido ao seu cariz único.
Numa superfície vertical com cerca de três metros de largura observa -se na parte esquerda uma estátua com cerca de 1,10 metros. Esta figura encontra-se num avançado estado de degradação, 0 que impossibilita averiguar se é feminina ou masculina. Todavia, consegue-se perceber que se trata de uma personagem togada que segura na mão um objecto, talvez uma cornucópia. À esquerda da cabeça é visível a seguinte inscrição: (CELICVS FRONTO / ARCOBRIGENSIS / AMBIMOGIDVS / FECIT, que pode ser traduzido por "Celico Fronto, de Arcóbriga, Ambimógido fez este monumento". Do lado direito do monumento distingue-se uma edíula, com a representação de um busto no seu interior, que foi intencionalmente desviado para a esquerda dando, desta forma, espaço à seguinte inscrição: CELlCVS FECIT, a que se segue na parte inferior do nicho: FRO(NTO), ou seja 0 nome do dedicante. À esquerda da edícula pode-se ler o nome de uma divindade: TONGONABIAGOI. 0 nicho é adornado por um frontão onde se pode ver uma pomba e um maço. Acima do frontão há uma epigrafe com letras gravadas em tipo diferente, e que é considerada tardia por diversos investigadores. Na base deste nicho brota um pequeno manancial. A interpretação deste santuário é complexa. A linha interpretativa originada por José Leite de Vasconcelos manteve-se estável ao longo de quase um século, sofrendo apenas algumas variações. Leite de Vasconcelos entende que a divindade e o dedicante se encontram ambos representados, assumindo que a primeira está representada na edícula e a segunda em alto-relevo. Esta leitura foi, posteriormente, invertida por Alain Tranoy, que identifica o deus com a figura do lado esquerdo e o dedicante com o busto inserido no nicho.
Outro autor, Antonio Rodriguez Colmenero, defende que se trata de um santuário plural. Desta forma o dedicante, Celicus Frontus, apenas está registado na inscrição enquanto que as duas divindades estariam representadas. A figura em pé corresponderia à deusa Nabia (uma Nabia/Fortuna). Tongonabiagus, divindade da "veiga bracarense" estaria representada na edícula.
Com base no conhecimento dos vestígios encontrados na envolvente da Fonte do Ídolo, há investigadores que entendem que a monumento poderá ter sido parte integrante de uma domus suburbana, enquanto outros pensam que estamos perante um santuário público mandado edificar por Celico Fronto para usufruto da comunidade bracarense. Seria pois um dos raros exemplos de ebergetismo na cidade de Bracara Augusta. Estamos assim perante um local de grande relevância patrimonial e científica, quer pela sua originalidade, quer também pela informação que faculta acerca das divindades indígenas veneradas nos primórdios da Callaecia meridional.

Apesar de ser dedicado a deuses autóctones, o santuário da Fonte do Ídolo possui um marcado estilo clássico.

FONTE DOS GRANJINHOS

Foi edificada em 1509, por ordem de D. Diogo de Sousa, na Rua dos Granjinhos. Nos anos 60 do século passado foi transferida para o local onde actualmente se encontra — no Largo de S. Sebastião, junto à capela do mesmo nome.
É um exemplar renascentista, com bica carranca, encimada pelo brasão do arcebispo D. Diogo de Sousa.

FONTE OU CHAFARIZ DA RUA ANDRADE CORVO

Chafariz barroco, do século XVIII, largo, com três bicas. O módulo centrado está avançado e é decorativamente mais rico. O tanque, irregular, apresenta linhas curvas e rectas.
Foi construído em 1742 junto à Casa de Infias. Já no século XX foi transferido para o lugar onde actualmente se encontra.

FONTE SETECENTISTA DE SANTIAGO

Construída em 1531, por ordem de D. Diogo de Sousa, na rua da Boavista (antiga Rua das Cónegas). Em 1995 foi um pouco recuada para a Praceta de Santiago.
É uma fonte quinhentista, de espaldar quadrangular e bica carranca. Por cima tem a pedra de armas de D. Diogo e um nicho. O tanque é rectangular.

CHAFARIZ DO CAMPO DAS HORTAS

Chafariz maneirista, do final do século XVI. Assenta sobre um tanque circular. Uma coluna central sustenta duas taças e a água é expelida por seis bicas em forma de carranca. O conjunto é encimado por uma esfera armilar e uma cruz.
Na altura foi instalado no Campo de Santa Ana (Av. Central); no século XIX foi transferido para o Campo das Hortas.

FONTE DOS GALOS

Está situado no Lugar dos Galos, no paredão que serve de suporte à Rua dos Barbosas. Foi construída a expensas do público em 1639. Trata-se de uma bica carranca envolvida por motivos vegetalistas e adornada com dois galos que se enfrentam.
No local, havia uma nascente de águas férreas, pelo que chegou a funcionar aqui um estabelecimento balnear, no século XIX. As águas, em tempos consideradas das melhores de Braga, actualmente são impróprias para consumo.

CHAFARIZ DOS CASTELOS

FONTE- CHAFARIZ DO PELICANO
Ao centro da Praça Municipal está colocada a chamada Fonte do Pelicano - uma peça barroca joanina, obra devida ao Arcebispo Dom José de Bragança. Com escudo relevado ao centro da fonte, ovalado com as armas reais rematadas pelas insígnias arcebispais - chapéu arquiepiscopal. Pertencia esta fonte aos jardins do Paço de Dom José de Bragança e foi aqui colocada por volta dos anos de 50 deste século. A sua traça é atribuída ao artista bracarense Marceliano de Araújo.

IGREJAS E CAPELAS

SÉ CATEDRAL

IGREJA DE SANTIAGO

IGREJA DE SÃO JOÃO DO SOUTO


IGREJA DE SANTA CRUZ

CAPELA DE SÃO GREGÓRIO

IGREJA DA MISERICÓRDIA



IGREJA DO PÓPULO

A construção da Igreja Convento do Pópulo iniciou-se em finais do século XVI, peia ordem do arcebispo Agostinho de Jesus, com 0 intuito de albergar a ordem religiosa que ocupava o convento, a Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho e o seu jazigo. Ao longo do século XVIII foram introduzidas diversas alterações de carácter barroco, ainda hoje visíveis em múltiplos elementos decorativos do Interior da igreja e nos azulejos do interior do interior do convento, Em finais do século XVIII, e sob autoria do engenheiro e arquitecto Carlos Amarante, procedeu-se a obras de reconstrução, conciliando as matrizes barracas com o neoclásslco, recebendo, conjunto edificado, a imagem que chegou até nos.
Após 1834, altura em que a ordem que ocupava o convento foi extinta, o imóvel foi transformado em quartel militar, perdurando essa função até à última década do século XX, altura em que foi adquirido pela Câmara Municipal de Braga que iniciou os trabalhos de restauro e reabilitação necessários a salvaguarda do imóvel, e à instalação dos serviços municipais.
A escadaria nobre apresenta revestimento em silhar de azulejo, composto par uma série de painéis de azulejos de contorno recortado. Datado do século XVIII, este silhar de azulejo enquadra-se no período denominado como "Ciclo dos Mestres", que se destacou peia monocromia azul e pela contratação de pintores de cavalete para a execução de painéis de azulejos, conferindo assim, o efeito de tridimensionalidade ao espaço onde estavam inseridos. Iconograficamente, o revestimento da escadaria nobre do Convento do Pópulo. Apresenta temática religiosa, relacionada com a meditação contemplativa, pela figuração de Monges Agostinhos em cenários bucólicos, estando directamente relacionados com a ordem religiosa que ocupava o convento, a Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho.

IGREJA DOS CONGREGADOS

IGREJA DE SÃO MARCOS
OU IGREJA DO HOSPITAL

A SANTIDADE DE FREI CAETANO BRANDÃO

Frei Caetano Brandão modelou o espírito dos Bracarenses com as suas obras apostólicas e com a sua dedicação aos pobres, ficando assim no imaginário popular como exemplo de santidade.
No século XIX, havia filas, de pessoas, orando junto do túmulo de Frei Caetano, na Sé de Braga. Presentemente, na Catedral de Braga, o culto religioso está mais voltado para a Senhora de Fátima, St.ª Maria Madalena, St.º António, o Sagrado Coração de Jesus, a Senhora do Leite e o altar do Santíssimo Sacramento, “ícones” incontornáveis da religiosidade local, não figurando nessas crenças e promessas nenhum dos “Santos da Catedral”, como S. Martinho de Dume, S. Frutuoso, S. Geraldo, S. Bartolomeu dos Mártires e Frei Caetano Brandão.
O Povo compara Frei Caetano Brandão ao grandioso D. Frei Bartolomeu dos Mártires, tais são as afinidades apostólicas das suas vidas e obras ao longo do governo da Sé. Nos «Fastos» de Monsenhor Augusto Ferreira pode ler-se: “D. Frei Caetano Brandão era dotado d´uma caridade imensa, pois não só dava tudo quanto era seu, mas ainda ia pedir pelas casas dos outros para os pobres». Pouco tempo depois da sua morte, o povo “(...) começou logo a fazer romagens à sua sepultura e a venerar com culto particular os seus retratos, especialmente o que está colocado na galeria do claustro do Hospital de S.Marcos”.
Este movimento de genuína peregrinação “natural” e “espontânea”, nunca foi potenciado e, naturalmente, dissipou-se com o tempo.