quinta-feira, 29 de maio de 2008

TIBÃES GOLF

Lemos no JN que Tibães vai receber o primeiro campo de golfe do concelho de Braga, cujo projecto contempla uma área de intervenção de 350 mil metros quadros. O promotor é a RAR Imobiliária que, junto ao Mosteiro de Tibães, pretende arrancar, no segundo semestre deste ano, com a construção de um campo de nove buracos, além de 29 moradias e club-house. O empreendimento está orçado em 30 milhões de euros.
A RAR pretende avançar com os trabalhos até ao final do mês de Setembro, após a desafectação dos terrenos agrícolas para área de equipamentos. De resto, o projecto foi já aprovado pela Câmara Municipal de Braga.
"Tibães Golfe" é um projecto para ficar concluído até ao final do ano de 2009.

terça-feira, 27 de maio de 2008

«O Mocho» De Tibães e « O Problema de Deus » (7)

Outro livro repetidamente lido foi O Problema de Deus de Diamantino Martins, Sacerdote Jesuíta, editado pela extinta Livraria Cruz de Braga em 1956.
António Gonçalves inicia os seus comentários a este livro pelo prólogo, pois o autor refere «este livro, embora perigoso, pode ser lido por todos». Comenta o habitante de Tibães: segundo um velho ditado, presunção e água benta, cada qual toma a que quer… não nos mete medo este perigo, o que de facto desejamos é encontrar Deus, sem lhe poder fugir.
Em minha opinião, António Gonçalves faz, nas margens deste livro, observações muito profundas. Segundo António Gonçalves o Génesis diz que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, e Cristo ao ensinar-nos que Deus é o nosso supremo Pai, o «único» a quem devemos dirigir as nossas orações, dão testemunho de que existe entre Deus e o Homem um inegável parentesco espiritual, uma verdadeira afinidade entre o Criador e a Criatura. Ainda no prólogo faz outros comentários: substitui a expressão «há-de vir a cair um dia» por «poderá vir a cair um dia» e acrescenta à frase de Diamantino Martins «é um mistério incompreensível a passagem do finito para o infinito», nem o infinito pode caber no finito, nem Deus pode caber nas premissas de um silogismo. Mais à frente Dimantino Martins escreve «Deus oculta-SE», reage A. Gonçalves desta maneira: se Deus se oculta, como podemos encontrá-lo? Não será possível iludirmo-nos, quando pensamos falar-lhe? Não. Pelo contrário, Deus revela-se misteriosamente à humanidade e é dessa revelação confusa que procedem as religiões. Corrige algumas palavras do autor: controle por comprovação e, logo a seguir, necessariamente por habitualmente.
Quando no livro se lê «Tudo vem de Deus, tudo vai para Deus» ele aprofunda «tudo vem do Nada pela vontade criadora de Deus. O que for desnecessário ao desígnio divino, ao Nada voltará. Só terá a vida eterna quem amar a Deus sobre todas as coisas e cumprir como puder a vontade divina».
Relativamente ao último parágrafo do prólogo, escreve que embora haja aqui exagero, é certo que o conhecimento, implicando uma assimilação espiritual, aumenta e transfigura o ser que conhece e assimila.
Quando na página 61 se lê «Como Deus é a causa do Universo…», ele observa: Deus, causa do universo, é uma maneira de falar. Há um nexo de necessidade entre a causa e o efeito. Ora o Universo é contingente; e, se existe é somente por vontade graciosa de Deus. Em vez de dizermos que Deus é causa do Universo, melhor será dizermos que Ele é o criador e conservador da natureza, que só existe pela sua graça e pela sua vontade.
A cultura vasta de António Gonçalves permite-lhe todos os relacionamentos. Quando na página 64, Diamantino Martins exprime «Tudo se tornava compreensível para o pequenito…», , ele aconselha a ler a Teoria do Conhecimento de J. Hessen, página 107. Quando na página 70, Diamantino Martins alude a Paul Claudel, António Gonçalves acrescenta que Claudel rendeu-se ao catolicismo pelo coração antes de se render pelo intelecto.
Na página 81, Comenta duas afirmações:«Deus, termo lógico de um silogismo existencial…dois problemas fundamentais temos de separar, aceitação e justificação». Relativamente à primeira afirmação, conhecer a existência de Deus mediante um silogismo não equivale a conhecê-lo intuitiva e imediatamente como presença pessoal? A escolástica medieval fazia da fé em Deus a premissa maior de muitos silogismos que aceitavam como certa a existência de Deus. A filosofia moderna é mais escrupulosa nesses pontos. Quanto à segunda, vemos o mundo e vemos o nosso corpo, mas a Deus não o vemos… Só as almas ingénuas podem aceitar directamente a existência de Deus, sem qualquer intervenção do próprio entendimento.
A propósito da afirmação de Diamantino Martins, na página 84, «Ao instituirmos a reflexão filosófica encontramo-nos com o outro em nós, com o Mundo e com Deus». Questiona A. Gonçalves, quem é esse «outro» com quem nos enconramos, a não ser o género humano? Ninguém jamais viu a face de Deus. Quando tão altos espíritos coo Santo Agostinho e Unamuno proclamam a sua fome de Deus, é legítimo duvidar de que deveras O tenham encontrado. Se o tivessem encontrado, sentir-se-iam saciados.

terça-feira, 20 de maio de 2008

GRUPO CASAIS, COM SEDE EM TIBÃES, COMEMORA 50 ANOS

No próximo dia 23 de Maio, este grupo, fundado por António Fernandes da Silva, mais conhecido por Mestre Casais (1924-2006), comemora 50 anos de existência.
Para celebrar a efeméride, o dia inicia-se com uma missa solenizada, pelas 12.30 horas, no Mosteiro de São Martinho de Mire de Tibães, seguida de almoço na sede do grupo.
Ao fim da tarde, no Teatro Circo, o programa continua:
- 19.00 hs, Cocktail de Boas Vindas;
- 20.00 hs, Jantar volante;
- 21.30 hs, Discurso do Presidente do Conselho de Administração;
- 22.00 hs, Apresentação do livro Mestria;
- 22.30 hs, Espectáculo Mestria.
No prefácio ao Livro Mestria, Dom Jorge Ortiga escreve: «O mundo foi criado, numa harmonia encantadora, mas confiado aos homens com o encargo de o embelezar e tornar mais consentâneo com as necessidades dos mesmos».
Juntamos uma foto do Livro Mestria, com todos os membros da Família Casais, que trabalham nas diversas empresas do grupo.


segunda-feira, 19 de maio de 2008

NOITE UP'S A PARTIR DE TIBÃES

Uma «directa com Deus» é uma iniciativa dirigida aos jovens da arquidiocese de Braga. A noite UP'S (Upa para o Sameiro) acontece no próximo dia 23 de Maio, tem como ponto de partida o Mosteiro de S. Martinho de Tibães. Depois da eucaristia, pelas 22 horas, os jovens iniciam a caminhada em direcção ao Sameiro, passando pela Rodovia, Bom Jesus do Monte, estando prevista a chegada ao Sameiro pelas 8 horas da manhã.
Nesta peregrinação podem participar os jovens com mais de 15 anos de idade, através de uma inscrição por e-mail ups.directacomdeus@gmail.com.

domingo, 18 de maio de 2008

OUTDOOR 2008 – SOCIMORCASAL - EMPRESA COM RAÍZES EM TIBÃES

Esta empresa bracarense, no culminar de um plano de formação, iniciado em 2006, promoveu um convívio, em Diverlanhoso, no passado dia 17 de Maio. Este projecto de formação foi elaborado com a colaboração da Process Advice. Este Outdoor foi integrado no módulo «Gestão de tempo, comportamentos e conflitos.
Tive o prazer de ser convidado para este convívio, daí o meu reconhecimento, divulgando esta iniciativa.
Foi um momento inesquecível para todos os participantes, pelo ambiente criado, pelas actividades colaborativas realizadas, pelo almoço e lanche, pelo tempo que ajudou à festa, pela camaradagem e trabalhos de equipa. Tudo isto foi colocado em prática nas actividades desenvolvidas ao longo do dia. Depois de um brieffing, todos os participantes divididos em grupos, que se distinguiam pelas cores das camisolas, fizeram slyde, caça ao tesouro e paintball.
Houve vencedores, mas os prémios foram distribuídos da mesma forma por todos.


































































«O Mocho» de Tibães e «António Sérgio» (6)

Outro livro absorvido, sublinhado e comentado pelo Sr. António Gonçalves «O Mocho» foi Confissões de um Cooperativista de António Sérgio, editorial inquérito, datado de 1948.
Quando António Sérgio, na página 11, do livro citado, refere a supressão da guerra para a conquista da côdea e o advento de uma democracia que não há-de ser fictícia, António Gonçalves concorda com ambas as afirmações, em tempo de ditadura, pois segundo ele não deveria ser necessária a guerra para a conquista do pão de cada dia e reafirma o seu sim a uma democracia não fictícia, pois as actuais são fictícias. Portugal, fiel à sua história, não pode desinteressar-se de nada do que se passa no universo.
Quando na página 17, António Sérgio afirma « é dever nosso tratarmos a natureza humana … como um fim em si mesmo», António Gonçalves não podia estar mais de acordo, pois o Homem deve ser considerado como um fim em si mesmo e não como um meio, se não queremos cair na mais hedionda das tiranias, a tirania totalitária, que despe dos seus direitos humanos o cidadão, para fazer dele, apenas, uma máquina ao serviço do Estado Omnipotente.
Elogia António Sérgio por sublinhar o lado concreto dos problemas e acredita que o cooperativismo integral de produção e de consumo constituiria a resposta natural aos males do capitalismo e do comunismo. O cooperativismo deveria ser um complemento da economia actual e nele o Estado deveria exercer um papel de colaboração e de coordenação, deveria ser o cérebro federador dos cooperatistas (António Gonçalves prefere o termo cooperatista a cooperativista), excluir o Estado da organização cooperativa seria uma aventura destinada ao malogro.
Não concorda com António Sérgio em algumas das suas afirmações: página 31, quando diz «tudo é provisório na evolução do mundo … o socialismo de estado é uma solução passageira em relação ao socialismo cooperativista» e chega a corrigir o seu português, quando substitui «mais bem» por melhor, na página 27.
António Gonçalves tem uma reacção veemente e hilariante em relação a observações que António Sérgio produz na página 13 «o rumo geral que têm tomado as coisas no maior país socialista do mundo pode servir de apoio ao que estou dizendo… na União das Repúblicas Socialistas, a pesca é inteiramente cooperativa, e não do Estado; e a Agricultura, hoje em dia, é quase inteiramente cooperativa, realizada por sociedades que se nomeiam colcozes…». Responde «o Mocho»: merda e mais merda, António Sérgio está muito pouco informado do que se passa na Rússia, fala-nos dum suposto cooperativismo soviético com uma ingenuidade que faz rir. Então não pode haver cooperativismo sem passar por Moscovo?

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Tibães perde um dos habitantes ilustres


Bateu, no dia 14 de Maio de 2008, à porta do Senhor, um sacerdote que viveu grande parte da sua vida na freguesia de Mire de Tibães, o Padre David José Antunes.
Era um Padre do Povo, que viveu com o povo e para o Povo do Senhor.
Possuía uma memória prodigiosa. Qualidade que era reconhecida por todos quantos privaram com ele.
Cultivou sempre a simplicidade. Nunca deixou o hábito, o fato preto; nunca adquiriu uma viatura; andou sempre nos transportes públicos e misturava-se com os trabalhadores.
Nasceu a 6 de Janeiro de 1912 na freguesia de Pedralva. Ordenado sacerdote a 11 de Julho de 1937. Pároco de Semelhe e Gondizalves de 1937 a 1947. Pároco de Mire de Tibães de 1947 a 1967. Pároco de S. Mamede de Este de 1967 a 1987.
A partir de 1987, optou por viver na freguesia de Mire de Tibães, na casa de uma sobrinha, onde viria a falecer em 14 de Maio de 2008. Jaz sepultado, igualmente, nesta freguesia.