quarta-feira, 26 de agosto de 2009

FUNDOS PAROQUIAIS DE MIRE DE TIBÃES

No Arquivo Distrital de Braga podemos encontrar os manuscritos que constituem os fundos paroquiais referentes à freguesia de Mire de Tibães.Fundos Paroquiais

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O BOM JESUS DO MONTE NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

No Livro Memória das Estrelas sem Brilho de José Leon Machado pode-se recolher alguma informação sobre o modo como o Batalhão Expedicionário se despediu do Bom Jesus do Monte, na véspera da partida para a sua participação na primeira guerra mundial.
Este episódio teve lugar em Abril de 1917.
O batalhão formou às sete horas da manhã. Até às nove horas manteve-se na parada a conferirem e verificarem o conteúdo da mochila que os acompanharia para aquela sangrenta guerra.
Às 9 horas, o batalhão foi apresentado ao coronel do regimento, partindo, de seguida, num agradável dia de primavera, para a estância do Bom Jesus do Monte, de espingarda à bandoleira.
O almoço teve lugar ao fundo do escadório, levado por duas carroças, composto de rancho e um pipo de água-pé.
Seguidamente foram concedidas duas horas de descanso para quem desejasse fazer a via-sacra e rogar a protecção divina. Para quem estivesse interessado na confissão, estaria na Igreja o Capelão Padre Cruz que os acompanharia até à Flandres.
Chegaram ao quartel pouco tempo depois das 16 horas.
Tanto na ida, como no regresso foram ovacionados por muitos populares.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

JUBILEU E ORDENAÇÃO SACERDOTAL

No pretérito Domingo, pelas 11 horas, ocorreu no Mosteiro de Tibães, uma eucaristia presidida por dois filhos da terra.severino1
O Padre Severino Pereira Fernandes comemorava o jubileu sacerdotal, as bodas de ouro sacerdotais sobre a primeira Missa Nova que teve lugar no dia 19 de Julho de 1959. A ordenação do Padre Severino veio terminar com uma superstição (boato) que estava propalada na freguesia. Constava que a expulsão dos beneditinos do Mosteiro de Tibães levaria esta freguesia a um deserto de ordenações sacerdotais. Esta maldição rompeu-se com a ordenação do Padre Severino Pereira Fernandes. Mostra deste facto foi o modo como a freguesia se preparou e se engalanou, como até hoje não houve igual, por ocasião da sua Missa Nova.
O Padre Tiago André Fernandes Freitas celebrou a sua primeira Missa na terra natal dTiago Freitasos seus antepassados. Foi ordenado presbítero no passado dia 19 de Julho, no Santuário do Sameiro e nomeado Chefe do Gabinete do Senhor Arcebispo Primaz e simultaneamente membro da Equipa Formadora do Seminário Menor. É filho do falecido Professor José Auspício Freitas e neto da Sr.ª Maria Lerça. O Padre Tiago Freitas celebrou a Eucaristia Solene de Apresentação à Comunidade de S. Lázaro no passado dia 15 de Agosto de 2009.

domingo, 16 de agosto de 2009

UM TIBIENSE NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

Acabo de ler o Livro Memória das Estrelas sem Brilho de José Leon Machado, que retrata a vida dos soldados minhotos nas lamas das trincheiras da Flandres durante a Primeira Guerra Mundial.
Um dos soldados, referenciados no livro, era conhecido por Tibães (o nome próprio não é referido no livro), mas, segundo as minhas investigações trata-se de António Gonçalves da Silva, nascido a 6-12-1892 e falecido em 5-6-1967. Era casado com Alzira da Conceição Gomes, nascida a 2-10-1895 e falecida a 16-1-1977.
Este soldado partiu com o seu batalhão para Lisboa em Abril de 1917, onde embarcariam, a bordo de vapores britânicos, rumo a Brest, Porto da Bretanha. Daqui seguiriam para Rennes, Rouen, Picardia, Amiens, Calais, Wismes, Enguinegatte.
O Batalhão era composto por 960 homens, repartidos por 4 companhias, cada uma com 3 pelotões. Iriam engrossar a Brigada do Minho, que integrava a 2.ª divisão do CEP, Corpo Expedicionário Português. Esta Divisão era constituída por cerca de 20.000 homens, dos quais somente pouco mais de 15.000 estavam nas primeiras linhas, comandados pelo General Gomes da Costa, que se viu impotente para aguentar o embate das 4 divisões alemães, do 6º exército, com cerca de 50.000 homens comandados pelo general Ferdinand von Quast (1850-1934).
As tropas portuguesas só em 4 horas de batalha perderam cerca de 7.500 homens entre mortos, feridos, desaparecidos e prisioneiros, ou seja mais de um terço dos efectivos na Batalha de La Lys, em 9 de Abril de 1918.
Várias passagens deste livro atestam a heroicidade e a personalidade deste simples soldado.
Mesmo antes de partir, dizia o Tibães, para o Alferes:
- Esses cabrões hão-de ver como elas doem!
O próprio Alferes chega a referenciá-lo como um dos soldados mais atrevidos do pelotão.
Na primeira vez que o General Gomes da Costa descia à primeira linha, o Tibães, em sentido, pediu permissão para falar e, ao ser-lhe concedida, perguntou ao General quando teriam licença para ir a casa. Perante tal pergunta, o General torceu o bigode, mirou o soldado e respondeu:
- Talvez pelo Natal, com o bacalhau.
No dia da Batalha de La Lys, quando o tiroteio ainda não dava para adivinhar o que estaria para vir, ele volta-se para o alferes e pergunta:
- Os boches hoje não estão a exagerar? Isto já dura há quase duas horas.
Já durante a batalha, sem comunicações e quando o fumo, o gás, o pó e o nevoeiro não permitia ver nada, o alferes enviou dois estafetas às linhas da frente, o Semelhe e o Tibães. O primeiro regressou pois não conseguiu passar, o segundo regressou com notícias preocupantes, eram oito horas da manhã.
No meio da batalha, atalhou o Tibães:
- É a festa da despedida.
Com o nevoeiro a dissipar-se, foi possível ao alferes ver a destruição do sector português. Rodeados pelos Alemães e na iminência de serem apanhados, o Alferes ordenou ao Tibães e ao Rato que vestissem a farda de dois boches mortos que encontraram e pediu para se disfarçarem de soldados alemães. A ideia era o Tibães e o Rato serem a escolta de um oficial prisioneiro (o alferes). Conseguiram iludir barreiras, infiltraram-se nas trincheiras do inimigo, causando-lhes danos.
No fim da batalha, o pelotão do Tibães, composto de 30 elementos, estava reduzido a 12 homens (entre eles, o Rato, o Tibães, o Apúlia, o Frossos, o cabo Fontes), mais três que estavam no Hospital. Faltavam, entre outros, o Semelhe, o Cabanelas, o Padim e o Tenões.
O Batalhão do Tibães (960 homens) perdeu 60 % dos seus efectivos nesta Guerra.

EXPOSIÇÃO NO MOSTEIRO

Encerra no dia 22 de Agosto a exposição «De Malangatana a Pedro Cabrita Reis», promovida pela Culturgest nos diversos espaços do Mosteiro de Tibães.
Esta mostra resulta da colecção de obras de arte da Caixa Geral de Depósitos e compõe-se de 50 trabalhos (pinturas, esculturas, fotografias e gravuras) da autoria de 35 artistas, entre eles, Paula Rego, Querubim Lapa, Fernando Calhau, Paulo Nozolino, Malangatana, Pedro Cabrita Reis, Henri Cartier Bresson, Lygia Pape, Courtney Smith, Peter Fink.

CONCERTO NO MOSTEIRO

O coro dos pequenos cantores de Saint Charles, de Versalhes, França, dará um concerto, no próximo dia 27, pelas 21.30 horas.
Programa do concerto:
- Gloria de Vivaldi;
- Cantata de Bach;
- Jubilate Deo de Bouzignac;
- Alma Redemptoris de Palestrina;
- Alma Dei Creatoris de Mozart;
- Cantique de Racine de Fauré;
- Eripe me de Haydn;
- Angelis Suis de Haydn.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

VISTA PANORÂMICA DE TIBÃES

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Joaquim António da Silva Cordeiro – Antigo aluno do Colégio de S. Caetano

Era filho do abade Silva Cordeiro, pároco de Rêgo e Britelo, concelho de Celorico de Basto e de D. Francisca da Apresentação de Araújo Barbosa.
Nasceu em 1859, em Britelo e faleceu em 1915.
Exposto na roda de Braga em 21 de Junho de 1859, foi baptizado na Sé de Braga no dia seguinte, mas só foi perfilhado em 1880.
Frequentou o Colégio de S. Caetano entre 1869 e 1875 e simultaneamente o Seminário de Nossa Senhora da Conceição, em Braga, de 1870-71 a 1874-1875; a Universidade de Coimbra.
Colaborou na revista
O Instituto, no jornal progressista de Braga A Correspondência do Norte; no semanário A Academia de Coimbra; Correio do Norte e Tribuna.
Deputado por Celorico de Basto pelo Partido progressista; Primeiro Oficial na Direcção Geral dos Correios; Professor no Curso Superior de Letras.
Casou em 1889 com D. Carolina Vilela de quem se separou em 1892. Foi Preso no Limoeiro por alegada tentativa de homicídio da sua mulher.
Autor de
A Crise em seus Aspectos Morais. Neste livro, o autor, na página 208, escreve algo muito actual: «Um dos caracteres que a crise económica reveste por toda a parte, ainda hoje, é que ela volve-se logo em crise moral, avivando antíteses profundas da natureza humana, talvez irredutíveis na actual organização social, seja qual for a forma de governo. Os homens e os partidos têm uma moral no poder, e outra na oposição».

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

PÕR-DO-SOL NO MAR BÁLTICO

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sábado, 1 de agosto de 2009

O SANTO PADRE CRUZ EM BRAGA

150.º ANIVERSÁRIO DO NASCIMENTO

Para assinalar o 150.º aniversário do «dies natalis» do Padre Francisco Rodrigues da Cruz, que teve lugar no passado dia vinte e nove, mais conhecido pelo «Santo Padre Cruz», e porque não o «Santo Cura d’Ars Português» pois nasceu uma semana antes da morte de S. João Maria Vianney, ocorreu-nos este artigo referente à sua presença e acção na «cidade dos arcebispos». Em Braga, exerceu o cargo de Director Interno do Colégio de S. Caetano, fundado por D. Frei Caetano Brandão.
Na Acta de 6 de Novembro de 1886 declara-se que «atenta a informação favorável do Provedor», foi proposto como Director o Padre Francisco Rodrigues da Cruz, que viria a presidir aos desígnios desta instituição, durante oito anos (1886-1894), tendo grande influência nesta chamada D. António José de Freitas Honorato (1883-1898).
Foi o filantropo Padre Cruz, objecto de uma grande devoção popular. Foi ele mesmo que deixou, com certeza, as sementes de evangelização e que Leonardo Coimbra após uma aventura mal sucedida no colégio, viria a colher já no fim da vida. O Santo Padre Cruz presidiu ao casamento canónico de Leonardo Coimbra, na véspera de Natal de 1936, na capela gótica dos Pestanas, do Porto. O Filósofo, acompanhado da esposa e do filho, depois de se confessar, rezar e comungar aos pés do S. to Padre Cruz, assistiu ao baptizado do seu filho.
Exerceu este alto cargo, entre os 27 e os 35 anos de idade. Ainda com a dor da perda da mãe D. Catarina da Cruz, em 15 de Agosto de 1881.
Da passagem do Santo Padre Cruz por Braga, existe o programa Pequena Academia Literária Religiosa, oferecida pelos alunos do Colégio dos Órfãos ao seu meritíssimo director, em comemoração do seu 33.º aniversário natalício.Padre Cruz-cartão de visitas
Vários episódios ilustram a sua preocupação pela educação dos alunos: as visitas à Falperra, seguidas de almoços melhorados e uma merenda, paga com as suas economias; as lágrimas que lhe corriam pelas faces, ao suplicar-lhes que se não deixassem escravizar pelos maus hábitos e os exemplos do Mestre, que correspondiam às virtudes que pregava.
Um dos maiores sucessos do Santo Padre Cruz consistiu nos 12 jovens que foram ordenados sacerdotes.
A sua actuação era discreta, eficaz e o seu zelo ia de sol a sol, do levantar ao deitar. As actas da CA descrevem, somente, os seus bons serviços e indicam a gratificação que durante anos usufruiu: 50$000 rs.
Mas a sua saúde não estava à altura das exigências de uma direcção eficiente. As continuadas dores de cabeça, associadas a um esgotamento cerebral, forçavam-no a permanecer no leito de dor dias seguidos. Desta forma o Director Interno Dr. Francisco Rodrigues da Cruz, atendendo ao seu estado de saúde, pede a exoneração do cargo, em 17 de Dezembro de 1894.
Juntamos um cartão de visita, que muito estimamos, escrito pelo próprio.