Como é costume em gazetas,
Logo a gente ao começar
A escrever duas tretas,
Bem ou mal se apresentar,
Vou seguir na mesma esteira…
Direi quem sou, o que quero,
Embora faça uma asneira,
Em versos… a coxear…
Eu sou o tais… o que aqui,
Na nossa «Acção Social»,
Uma secção preenchi
E, por motivo da qual,
Leitor, só a ti to digo,
À traição e a cacete,
Me puseram como um figo…
Atrapalhado me vi!...
Tive uns cálc’los furados,
Saiu-me uma esp’rança morta,
Quis castigar uns malvados,
Deitei-lhes Bichas à porta…
Rabiaram, sim senhor,
Mas, oh céus, oh terra, oh nuvens!
Sempre apanhei … um calor…
Deixemos factos passados!
Olaréla! Eu sou teimoso!
Por isso continuarei
No mesmo trilho escabroso…
Mas, como agora já sei
O que a mim pode advir-me,
Vendo o caso mal parado,
Sempre deles hei-de rir-me!
De que modo? Eu bem sei…
Quando os vir muito exaltados
A esses perliquitetes,
Com ares de endemoninhados
Ou empunhando cacetes,
Fujo apressado e lampeiro…
E, na fuga, mostro meus brios,
Que, além de fogo rasteiro,
Largo-lhes mais uns… foguetes.