Argumentos que apresentamos em reunião do município
bracarense, efetuada em 12 de novembro de 2018:
1- Somos a favor da
ampliação do cemitério, mas no local do atual, como no Passal, Ouriçosa ou nas
suas imediações. Temos muito terreno para o efeito e muito estacionamento. Somos
contra a existência de dois cemitérios, afastados um do outro, um quilómetro;
2- Quando surgiu a
nova localização da quinta da Boavista, terreno com minas e nascentes de água,
o povo desconhecia totalmente a ideia. Soube por uma entrevista num jornal
diário. Por isso o povo nunca foi ouvido;
3- Nas últimas
eleições autárquicas todos os partidos manifestaram a necessidade da ampliação,
mas nenhum sugeriu a quinta da Boavista para o efeito;
4- Durante séculos os
mortos foram enterrados no interior da igreja, depois passou para os claustros
e só a partir de 1936 é que foi inaugurado o atual cemitério, paredes meias com
a igreja. O culto dos mortos é tão importante como o culto e a cultura dos
vivos. Daí o património não se cingir, apenas, a pedras, mas também a costumes,
hábitos, tradições. A cultura dos mortos faz parte do nosso património
imaterial. Não devemos ter vergonha dos mortos, nem abandoná-los, nem a
existência de cemitérios é fator de perturbação patrimonial. Obviamente que
apelamos a locais onde predomine a regra, o respeito, a simplicidade, a
modernidade sem qualquer fausto, a ecologia;
4- Apelamos à Direção
Geral do Património Cultural para não tomar decisões contrárias ao povo. A
cultura do povo é ancestral e sempre soube preservar o património. Não foi o
povo, que, ao longo de décadas, levou o mosteiro à ruína.