Artigo do Correio do Minho de 22 de Outubro de 2011
autor José Paulo Silva
‘Festim dos Sentidos - o Barroco do Bom Jesus de Braga’, livro da autoria de Miguel Louro e José Carlos Gonçalves Peixoto, foi lançado ontem, segundo dia do Congresso Luso-Brasileiro do Barroco.
A obra onde “a imagem relega para segundo plano a narrativa” pretende “mostrar e dar a conhe-cer uma atmosfera de recolhida intimidade pelo encantamento dos sentidos, através da sensibilidade do autor das fotografias (Miguel Louro) e com o aroma das palavras de quem as escreveu” (José Carlos Peixoto).
No texto de apresentação desta obra editada pela Confraria do Bom Jesus do Monte de Braga, o arcebispo primaz, D. Jorge Ortiga afirma que, descrevendo a mesma “literalmente em fotografia os sentidos corporais”, deve “ser um apelo para que compreendamos a vida como um festim que nasce da intervenção, pequena ou grande de cada um”.
Segundo o prelado, o santuário do Bom Jesus do Monte “ensina-nos que a vida pode ser festa: festa da criação, festa da redenção e festa da humanização!”
Os autores avisam o leitor que a imagem e o texto são usados “como instrumento para descobrir a estância, para mostrar a realidade, mais que contar histórias”.
Acrescentam que no Bom Jesus do Monte “conjuga-se a obra da natureza com a notável obra do homem, vasta, diversificada, absolutamente grandiosa e monumental, uma das maiores intervenções tardo barrocas do País, uma referência obrigatória do Barroco Europeu, que evidencia a própria evolução da arte bracarense, consubstanciada na introdução do neoclássico”.
As fotos de Miguel Louro e os textos de José Carlos Gonçalves Peixoto pretendem revelar que “o Bom Jesus do Monte é um dos expoentes maiores da arquitectura sacra e uma jóia do património luso”.
“Aqui o Barroco é o espectáculo, a celebração, a festa dos sentidos”, afiançam nesta “análise iconográfica dos escadórios dos cinco sentidos”.