Em 1871, apareceram nas bancas de Lisboa uns opúsculos ostentando o título As Farpas, com o subtítulo Crónica Mensal da Política, das Letras e dos Costumes, assinadas por Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão (editadas segundo coordenação de Filomena Mónica, ed. Principia, 2004).
A páginas 345 lê-se: «Abriram-se as cortes gerais no dia 2 de Janeiro. Sua Majestade tomou assento na cadeira do trono, permitiu que os representantes do país se mandassem sentar e cumpriu o sacrossanto preceito da carta constitucional da monarquia, felicitando-se por se achar ainda mais uma vez entre os dignos pares do reino e senhores deputados da nação portuguesa.
O país não tem dinheiro; os espíritos não têm instrução; as estradas derretem; a frequência das escolas diminui; o movimento da roda dos expostos aumenta; a agricultura paralisa-se; as nossas possessões revoltam-se; na Covilhã fazem-se missões; no Porto celebram-se reuniões católicas; em Braga prepara-se a canonização de Frei Caetano Brandão (v. António Vicente da Cruz); em Lisboa fazem-se leilões e compram-se bilhetes de lotaria; os únicos livros que se publicam são almanaques; os jornais insultam-se; o parlamento boceja; a civilização dorme».
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a minha terra, Mire de Tibães;
o pedagogo e pai dos pobres, Frei Caetano Brandão;
o património de Braga.