Belém do Pará, na segunda metade do século XVIII, já tinha uma vida musical intensa, incluindo a ópera. Desde os Coros Infantis (Colares, Soure e Pará), desde a música no seio familiar (Vigia e Para), desde os grupos vocais e instrumentais (como o de João de Morais de Cametá), desde a utilização do canto com letras latinas, portuguesas ou espanholas.
À semelhança do que ocorria nas cidades, nas fazendas do interior e nos engenhos formaram-se várias bandas de música com escravos, que tocavam charamelas, trompas, Caixas e outros instrumentos de então que, geralmente, animavam as festas religiosas.
Frei Caetano divulgou esta arte pelas vilas, bairros, lugares e freguesias da Amazónia, criando as estruturas necessárias para o estudo e a prática musicais. Levou para o Pará um conjunto de partituras dos melhores autores musicais, da época, recolhidas no Patriarcado de Lisboa.
Também deverá ter levado de Lisboa, partituras de algumas óperas, nomeadamente, Ézio em Roma e Zenobia, representadas no teatro do Pará.
Divulgou, igualmente, a prática musical entre os negros, chegando a cantar motetes, ofícios e outras modas com tanta doçura e graça que o prelado não conseguia conter as lágrimas. Gostou muito de ouvir duas pretinhas que faziam uma admirável consonância de primeira e segunda voz e os escravos cantarem o Bendito Sejais.
Em Braga, a sua paixão pela música está descrita no nosso livro O Colégio de S. Caetano, Instituição Bracarense, 1791-1998.
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