RUÍNAS ROMANAS DA CIVIDADE
As termas do Alto da Cividade foram construídas nos inícios do século II sobre parte de um edifício anterior. Possuem forma rectangular e orientação NO-SE. A entrada fazia-se a sul por um pequeno pórtico colunado (1) que dava acesso a um átrio (2). A primeira sala corresponde a um apoditério (apodyterium) (6) com uma piscina de água fria (7). No Inverno, esta sala era aquecida. Deste compartimento, onde os utentes se despiam, saia-se para um corredor (8) que permitia aceder à palestra (palaestra) (24), amplo espaço aberto para exercícios físicos, ou ao frigidário (frigidarium) (9), onde se iniciava o circuito de banhos. Este deveria contemplar um itinerário frio-quente-frio, pelo que, partindo do frigidário (9), deveria aceder-se ao tepidário (tepidarium) (11 e 12), para, finalmente, se usar um compartimento muito quente, onde se transpirava, chamado caldário (caldarium) (13). Regressava-se ao frigidário (9) por percurso retrógrado, com possibilidade de sair novamente para a palestra (24).
O aquecimento das salas quentes era assegurado pela construção de câmaras ocas, sob os pavimentos das salas, chamadas hipocaustos, por onde circulava o ar quente produzido em fornalhas, chamadas praefurnia (pr1, Pr2 e Pr3). Esse ar circulava ainda pelo interior das paredes, através de tubulaturas, ou tijolos ocos, chamados tubuli laterici, garantindo-se, deste modo, um forte aquecimento de algumas salas, como acontecia com o caldário (13).
As termas do Alto da Cividade possuíam várias zonas de serviços, a maior das quais situada na parte norte do edifício (14, 19,20 e 21) e destinava-se à armazenagem das grandes quantidades de lenha que eram queimadas para garantir tanto o aquecimento das salas como da água necessária às piscinas. A água era aquecida em caldeiras que se colocavam sobre as fornalhas, circulando depois pelas paredes, através de tubos.
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MUSEU COMENDADOR NOGUEIRA DA SILVA Este Museu deve a sua fundação ao legado, feito em Setembro de 1975, a favor da Universiadade do Minho, pelo Comendador António Augusto Nogueira da Silva, originário de uma família bracarense. O edifício é da autoria do Arquitecto Rodrigues Lima. A exposição permanente inclui colecção de porcelana, peças de mobiliário, pintura, prata, marfim, tapeçaria e azulejos. O seu belo jardim é de inspiração francesa. No jardim encontramos dois painéis de azulejos holandeses do século XVIII, azuis e brancos, bem como uma escultura de Apolo e Dafnée, cópia de um trabalho de um escultor italiano de nome Bernini. No fundo do jardim encontra - se uma fonte Barroca originária do Mosteiro de Tibães. |
MUSEU DOS BISCAINHOS
O Museu dos Biscainhos encontra-se instalado num notável conjunto patrimonial integrado por um imóvel e Jardim Histórico Barrocos. Como componente programática, a instituição ilustra a vivência da sociedade nobre portuguesa, no contexto de uma Casa Senhorial dos séculos XVII e XVIII. O organismo enquadra colecções de Artes Decorativas que, complementadas pela estrutura e riqueza ornamental do conjunto nos permitem definir os conteúdos mais marcantes e dos hábitos domésticos e sociais do período. A Casa dos Biscainhos terá sido fundada na primeira metade do século XVII. Destacou-se o nome do Dr. Constantino Ribeiro do Lago, figura grada de então, que aqui se casou e constituiu descendência. Ao longo do séc. XVIII e entrando pela centúria seguinte, os descendentes foram alterando e valorizando o imóvel, revestindo-o de belíssimos interiores ornamentais com paredes apaineladas de azulejos, avivadas em alegre ou suave policromia pictórica, e tectos modelados em delicados estuques. O palácio foi passando de geração em geração, dentro da mesma família, por mais de três séculos, até que o seu derradeiro proprietário, o 3.º Visconde de Paço de Nespereira, o vendeu para instalação do actual Museu. Os Jardins do Museu dos Biscainhos constituem-se como um dos mais notáveis exemplares de Zona Verde do Norte do País, desfrutável no seio de uma cidade. A sua importância dimensiona-se a vários níveis: apresentar-se como uma das raras sobrevivências de Jardim histórico, que se disponibiliza a toda a comunidade, constituir um Conjunto Patrimonial Barroco datável do século XVIII, integrando escultura e arquitectura do maior interesse artístico, representar uma Zona Ambiental de destacável significância, assumindo-se como um dos pulmões da cidade de Braga. No Jardim do Museu existem 11 fontes (incluindo os dois espelhos de água das «casas do jardim». A árvore mais antiga do jardim é um Tulipeiro da Virgínia que tem mais de 200 anos. O Jardim apresenta 3 níveis e chamam-se (Terreiro) Formal, Pomar e Horta. Na escultura que se encontra no jardim por baixo da cúpula está representado S. João Baptista.
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MUSEU REGIONAL DE ARQUEOLOGIA D. DIOGO DE SOUSA
O conteúdo deste museu é constituído pelo espólio resultante da investigação arqueológica realizada na região norte. Este património data de 1918, ano em que foi definido como museu de arqueologia. O seu acervo está compreendido entre o período Paleolítico e a Idade Média. As ruínas da Bracara Augusta, as termas romanas do Alto da Cividade, o núcleo habitacional das Carvalheiras os mosaicos romanos, são exemplos do riquíssimo espólio deste museu. No seu Jardim encontramos 15 marcos miliários (marcos cilindrícos colocados na margem das principais vias romanas, a cada mil passos (1480 metros) e indicavam a distância à cidade de origem do caminho. Em cada marco era gravado o nome do imperador reinante, que mandou construir ou recuperar essa via), em alguns deles encontramos o nome da cidade de Braga Bracaraavg (Bracara Augusta), e na parte superior de um desses marcos encontramos as letras AVG, nome de um imperador Augusto.
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