Do passado surgem constantemente novas pistas que alimentam e vitaminam operações do presente.
As máximas que cruzam os tempos, que nos devem levar à redescoberta do passado, entre nós submetem-se ao puro efeito chiclete: prova-se, mastiga-se e deita-se fora.
Vem o caso a propósito de uma experiência com o ensino profissional, ocorrida neste cidade, no Colégio de S. Caetano, verdadeira escola pioneira neste tipo de ensino e admirada até por Ministros da Educação. Estamos a recordar o que escreveu D. António da Costa de Sousa Macedo quando visitou este colégio: «Aquele silêncio falava de amor. Aquelas paredes pareciam paredes amigas que me abrigavam do mundo e me diziam – aqui respira-se à vontade -. O espírito de D. Frei Caetano Brandão perfumava o edifício e a alma sentia-se ali numa atmosfera que dulcificava» (No Minho, 1874).
Muito cedo, o colégio revelou intenções de criar uma escola experimental de agricultura. A estas ideias não são indiferentes duas referências: a primeira, relacionada com o notável relatório apresentado no parlamento, quando Ministro das Obras Públicas o Sr. Conselheiro Emídio Navarro, querendo implantar no país a instrução agrícola profissional e a segunda, veiculada pelo livro Le retour aux champs et l’enseignement agricole dans les collèges catholiques, do Rev.do Burnichon, onde se aconselha o retorno aos campos para debelar os perigos sociais.
Para a criação deste instituto agrícola, o colégio bracarense recorreu a todos os meios indispensáveis, desde influências de altas individualidades até à disponibilização de recursos ao seu alcance (terrenos apropriados a uma estação experimental de agricultura).
Formalmente, a autorização para a criação de uma Escola Agrícola aconteceria em 5 de Novembro de 1901. Em 1903, já funcionava um Curso Preparatório de Agricultura, leccionado por um regente agrícola, graças aos esforços do Visconde da Torre, com uma turma de 18 alunos.
Para dar sequência a um ofício datado de 6 de Setembro de 1907, elabora-se um novo Projecto de Regulamento para a Escola Profissional de Agricultura do Colégio dos Órfãos de S. Caetano.
Nos alvores da República, em 1911, o governo viria a homologar o ensino agrícola desta instituição, destinado a alunos internos e externos. Para tanto foram importantes os esforços do Presidente da Câmara Dr. Domingos Pereira. Pelo ofício do Ministério da Instrução Pública, datado de 2 de Março de 1915, tomamos conhecimento que foi integrada no Ministério da Instrução a Escola Profissional, Agrícola e Industrial D. Frei Caetano Brandão. Mas, logo a seguir, a direcção da escola informava o Ministério da Instrução Pública que a Escola Profissional Agrícola e Industrial D. Frei Caetano Brandão ainda não tinha funcionado, uma vez que o Ministério não tinha enviado as verbas necessárias e os recursos indispensáveis.
Nos alvores da República, em 1911, o governo viria a homologar o ensino agrícola desta instituição, destinado a alunos internos e externos. Para tanto foram importantes os esforços do Presidente da Câmara Dr. Domingos Pereira. Pelo ofício do Ministério da Instrução Pública, datado de 2 de Março de 1915, tomamos conhecimento que foi integrada no Ministério da Instrução a Escola Profissional, Agrícola e Industrial D. Frei Caetano Brandão. Mas, logo a seguir, a direcção da escola informava o Ministério da Instrução Pública que a Escola Profissional Agrícola e Industrial D. Frei Caetano Brandão ainda não tinha funcionado, uma vez que o Ministério não tinha enviado as verbas necessárias e os recursos indispensáveis.
Esperemos que o efeito chiclete não se alastre, que as reformas educativas completem o seu ciclo, inclusivamente sejam avaliadas.
Correio do Minho, 21-06-2001