terça-feira, 23 de outubro de 2007

Os Sinos de Tibães

Quem não conhece a expressão «vais ouvir os sinos de Tibães?», ou seja, o peso do castigo estará próximo como sucedia àqueles que eram encarcerados no Tronco de Tibães, ao som das compassadas e vigorosas badaladas.
Os condenados em tribunal do couto, como os monges que não cumpriam a regra, eram encarcerados na Sala do Tronco (Casa do Tronco ou Prisão Conventual), onde os presos eram agrilhoados aos troncos pelos pés. O início e o fim do cumprimento da pena, era assinalado com o toque dos sinos, ou seja, uma forma original de dar conhecimento à população do cumprimento da justiça.
Os três sinos restantes, do séc XVII e XVIII, são verdadeiras relíquias do passado: sino de S. Bento, Sino de Santa Maria e Sino de Santa Bárbara. O quarto é a sineta.
- O sino grande, consagrado a S. Bento, tem gravada a imagem do santo e uma grande cruz. Foi construído por Manuel Ferreira Gomes, em 1673. Tem a seguinte inscrição: «retirai-vos inimigos, porque Jesus, o Leão da Tribo de Judá, triunfou da morte, Aleluia».
- O sino conhecido por «panela» tem gravado a imagem de Santa Maria, construído pelo mesmo sineiro em 1679. Não tem nenhuma inscrição.
- O sino chamado da «Missa» tem gravado a imagem de S.ta Bárbara e foi construído pelo sineiro José Rodrigues em 1780. Tem gravado a seguinte inscrição: «Louvai o Senhor com vozes bem afinadas. Jesus Cristo está connosco. Sede fortes».
Desapareceram dois sinos: um encontra-se em Santa Ana de Vimieiro e o outro estará algures e foi substituído por um pequena sineira, em 1902, fundida por João Ferreira Lima.