É sobre o capítulo III do livro de Diamantino Martins O Problema de Deus, que António Gonçalves expõe, abertamente, o seu pensamento sobre «Que é Deus?».
Uma vez que o Sacerdote Jesuíta introduz este capítulo com uma citação de Heidegger «Ser e Deus não são idênticos», também António Gonçalves parte deste pressuposto. Diz A. Gonçalves que Heidegger tem razão porque uma pedra também é, o que é, mas não é Deus. Uma coisa é ser, outra coisa é existir. «Penso, logo, existo». Para existir é necessário o pensamento e a consciência.
Não é Deus que tem de ser pensado e demonstrado em função do ser: é o ser que tem de ser demonstrado em função de Deus.
Continua A. Gonçalves, é possível que nisto Heidegger tenha razão. Porquanto, sendo Deus idêntico ao ser, ou à síntese de todos os seres, talvez esta identidade equivalesse ao panteísmo. Em vez de ser idêntico ao ser, Deus é criador do próprio ser e de todos os seres passados, presentes e futuros. Numa palavra, Deus é a fonte do ser. Deus é supra ser. Deus é a fonte viva do ser, de tudo o que é. Nada se adianta com identificar Deus com o ser, porque o verbo ser, sem predicado algum, é vazio de sentido, não é nada. Ser é um verbo substantivo. Identificando Deus com a substância, cairíamos no panteísmo de Espinosa. Concordo, escreve A. Gonçalves, com Heidegger, nas suas reservas: o ser, sem qualquer predicado, não é nada.
Uma vez que o Sacerdote Jesuíta introduz este capítulo com uma citação de Heidegger «Ser e Deus não são idênticos», também António Gonçalves parte deste pressuposto. Diz A. Gonçalves que Heidegger tem razão porque uma pedra também é, o que é, mas não é Deus. Uma coisa é ser, outra coisa é existir. «Penso, logo, existo». Para existir é necessário o pensamento e a consciência.
Não é Deus que tem de ser pensado e demonstrado em função do ser: é o ser que tem de ser demonstrado em função de Deus.
Continua A. Gonçalves, é possível que nisto Heidegger tenha razão. Porquanto, sendo Deus idêntico ao ser, ou à síntese de todos os seres, talvez esta identidade equivalesse ao panteísmo. Em vez de ser idêntico ao ser, Deus é criador do próprio ser e de todos os seres passados, presentes e futuros. Numa palavra, Deus é a fonte do ser. Deus é supra ser. Deus é a fonte viva do ser, de tudo o que é. Nada se adianta com identificar Deus com o ser, porque o verbo ser, sem predicado algum, é vazio de sentido, não é nada. Ser é um verbo substantivo. Identificando Deus com a substância, cairíamos no panteísmo de Espinosa. Concordo, escreve A. Gonçalves, com Heidegger, nas suas reservas: o ser, sem qualquer predicado, não é nada.
Deus não tem natureza porque não nasceu: é eterno e sobrenatural. Os seres nasceram. Quantas vezes, desabafa ele, eu tenho dito a mim mesmo, que a existência do homem constitui uma prova profunda da existência de Deus e que a ciência do homem seria impossível sem a existência de Deus.
Não será o Ser uma abstracção de todos os seres? Se assim é, tem Heidegger razão, porque Deus não pode ser uma abstracção.
Sabemos que Deus existe (problema da existência), mas não sabemos o que Ele é (mistério da essência de Deus).