À entrada deste edifício barroco deparamos com uma escadaria nobre de acesso à parte superior. As paredes laterais estão forradas com azulejaria, tipo barroco, azul e branca, com grinaldas e ramos. Subindo o primeiro lanço da escada nobre, vemos representados nos lambris diversos monumentos da cidade, a maior parte deles demolidos. No primeiro patamar da escadaria a figura emblemática de Braga (uma dama emplumada que num braço segura uma lança e, no outro, um castelo). De cada lado duas inscrições em cartelas respectivas. Uma refere-se ao final da construção da primeira fase – 1756 e, a outra, tem as letras B. A. F. A. (Bracara Augusta fiel e antiga). Nesta escadaria encontramos painéis de azulejos representando: de um lado a Torre da Ajuda, S. João da Ponte, o Castelo, os Antigos Paços do Concelho, a Capela Mór da Sé, a Senhora da Torre e o Chafariz da Galeria, a Sé de Braga e o Chafariz da Galeria; do outro lado a Misericórdia, a Porta de Santiago, a capela dos Coimbras, Alpendres e Pelourinho, Porta de Santo António, Chafariz do Campo de Santana, Torre de Nossa Senhora da Glória, Arco da Porta Nova e Arco e Torre do Postigo. No patamar cimeiro, ao centro, a entrada, na cidade, de D. José de Bragança, a quem se deve o edifício camarário. No SALÃO NOBRE DA CÂMARA ( Sala das Sessões ) encontramos medalhões e ilustres varões (bracarenses, ou então, ligados à história da cidade). Entre eles: GABRIEL PEREIRA DE CASTRO (1571/1632); DIOGO DE TEIVE (Século XVI); D. FREI BARTOLOMEU DOS MÁRTIRES (1594/1592); FRANCISCO SANCHES (século XVI); D.DIOGO DE SOUSA (Séculos XV/XVI); D. FREI CAETANO BRANDÃO ( 1790/1805); DOM RODRIGO DE MOURA TELLES (1704/1728); BARÃO DE SÃO MARTINHO (Século XIX). No tecto e nas sancas deste pequeno mais extraordinário e belo salão, estão assinaladas algumas datas muito significativas não só para a história de Braga: - 28- 10- 1110 – Doação, não confirmada, do Couto de Braga feita por Dona Teresa, mulher de Dom Henrique (pais do primeiro Rei de Portugal) ao Arcebispo D. Maurício, instituindo assim um senhorio que durou até ao século XVIII; - 12- 04- 1112 – Confirmação pela Rainha Dona Teresa (por vezes usava este título) ao Arcebispo Dom Maurício (que ficou conhecido como Anti-Papa), do Couto de Braga; - 27- 05- 1128 – Data em que Dom Afonso Henriques confirma, por sua vez, na pessoa do Arcebispo Dom Paio Mendes, a doação do Couto de Braga, ampliando essa doação com Privilégios de Capelania e Chancelaria, concedendo à Sé de Braga o poder de cunhar moeda para a conclusão da Catedral de Santa Maria. - 11- 12- 1640 – Neste dia a Câmara reunida em Sessão Extraordinária com o Senado, nos Paços do Concelho, sitos então junto à Sé, depois de ouvidos os Três Estados – Clero, Nobreza e Povo – resolve aclamar D. João IV como Rei de Portugal e dos Algarves, dando assim o seu assentimento à Restauração da Independência de Portugal, proclamada em Lisboa no dia 1 do mesmo mês; - 25- 03- 1793 – Graças ao Arcebispo D. Frei Caetano Brandão, que a tinha organizado, tem lugar neste dia o encerramento da 1ª Exposição Agrícola e Industrial de Braga, com distribuição de prémios aos expositores.