quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O CONDE SILVA MONTEIRO E A FÁBRICA DE PAPEL DE RUÃES

António da Silva Monteiro nasceu na Freguesia S. Martinho de Lordelo do Ouro em 16 de Agosto de 1822. Era filho de António da Silva Monteiro, negociante do Porto, e de sua mulher, D. Ana Narcisa Pereira. O sr. Conde da Silva Monteiro faleceu no seu palacete da Rua da Restauração, no dia 15 de Janeiro de 1885.
Embarcou para a cidade do Rio de Janeiro onde encontrou terreno para se afirmar brilhantemente.
Casou no Rio de Janeiro com D. Carolina Júlia Ferreira, filha de Manuel Ferreira Gomes, negociante português daquela praça, e de sua mulher D. Laureana Angélica da Silva.
Não obstante, muitos dos brasileiros do Porto tinham iniciativa própria e, por vezes, lideravam mesmo a dinâmica dos interesses económicos. Bastará lembrar que a Associação Comercial do Porto tinha nos seus corpos gerentes, invariavelmente, vários brasileiros e um deles, o Conde de Silva Monteiro, foi presidente da Direcção no difícil período de 1875-1877.
O seu nome acha-se ligado à empresa do Caminho de Ferro do Porto à Povoa de Varzim e a Famalicão; à tanoaria a vapor; à Fábrica de Papel de Ruães; Companhia Aurifícia (empresa do ramo metalúrgico); à companhia de Navegação a vapor; à Companhia Mineira e Metalúrgica do Braçal; aos albergues nocturnos; à criação e sustentação de bancos; e à participação autárquica (vice-presidente da Câmara).
Foi director do palácio de Cristal, fundador do Hospital de Crianças, vogal do conselho de beneficência do distrito, mesário da Santa Casa da Misericórdia, presidente da associação dos bombeiros voluntários, accionista e sócio de quase todos os estabelecimentos Bancários e grémios científicos, nomeadamente a Sociedade de Instrução.
O título de Visconde foi-lhe concedido em 1871 e elevado a Conde em 1875, ambos por D. Luís.